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São várias as causas que conduzem o ser humano ao suicídio, todas indicativas do desconhecimento de como funcionam a Justiça e a Misericórdia Divinas. Materialismo severo, solidão, depressão, enfermidades incuráveis, violência, maus tratos, abusos de todo tipo, pobreza extrema, fanatismo religioso, negligência e abandono familiar, perdas afetivas, alcoolismo, dogmatização, distúrbios mentais, desesperança, obsessão de Espíritos.
A incredulidade, a simples dúvida sobre o futuro, as ideias materialistas, numa palavra, são os maiores incitantes ao suicídio: produzem a covardia moral. Quando se veem homens de ciência, apoiados na autoridade do seu saber, se esforçarem por provar aos que os ouvem ou leem que estes nada têm a esperar depois da morte, não estão tentando convencê-los de que, se são infelizes, o melhor que podem fazer é matar-se? Que lhes poderia dizer para desviá-los dessa consequência? Que compensação podem oferecer-lhes? Que esperança lhes podem dar? Nenhuma, a não ser o nada.
Daí se segue concluir que, se o nada é o único remédio heroico, a única perspectiva, mais vale cair nele imediatamente, e não mais tarde, para sofrer por menos tempo.
A propagação das doutrinas materialistas é, pois, o veneno que inocula a ideia do suicídio na maioria dos que se suicidam, e os que se fazem seus defensores assumem terrível responsabilidade.
Com o Espiritismo a dúvida já não é possível, modificando-se, portanto, a visão que se tem da Vida. O crente sabe que a existência se prolonga indefinidamente para além do túmulo, mas em condições muito diversas. Daí a paciência e a resignação que o afastam muito naturalmente de pensar no suicídio. Daí, numa palavra, a Coragem Moral.
Adel Bezerra, jornalista