Torcida do Atlético de Madrid chegando a Liverpool. Espalhando a pandemia Reprodução Twitter
Para dirigentes brasileiros que desejam apressar a volta do futebol, de qualquer maneira, mesmo com a pandemia do coronavírus, vem a lição da Europa.
Na verdade, um ‘mea culpa’.
A Organização Mundial da Saúde já havia alertado sobre o perigo do coronavírus.
Os números de vítimas e as dezenas de países atingidos já indicavam pandemia, quando os clubes estavam prontos para jogar.
Por mais arrecadação, o Atalanta não quis atuar no seu estádio, com capacidade para apenas 21 mil torcedores. E levou o jogo decisivo contra o Valencia para Milão, para o San Ciro, que suporta 80 mil pagantes.
A partida foi no dia 10 de março.
“O jogo foi uma bomba biológica. Naquela época, não sabíamos o que estava acontecendo. O primeiro paciente na Itália surgiu em 23 de fevereiro.
“Se o vírus já estava em circulação, os 40 mil torcedores que foram ao San Siro foram infectados. Ninguém sabia que o vírus estava circulando entre nós”, confessou o prefeito de Bergamo, George Gori.
Mais de 40 mil italianos foram de Atlanta para Milão. Por jogo da Champions Reprodução Twitter
“Muitos assistiram ao jogo em grupos e houve muito contato naquela noite. O vírus foi transmitido de um para o outro”, relembra.
Não foi por acaso que a região da Lombardia, onde fica Bergamo, acabou sendo o epicentro das mortes pelo coronavírus na Itália.
No dia seguinte ao jogo, em uma combinação terrível, aconteceria Liverpool e Atlético de Madrid, na Inglaterra.
Foram mais de três mil espanhóis viajando para Liverpool.
No mesmo dia 11 de março, quando a OMS declarou oficialmente a pandemia.
“Não fez nenhum sentido 3.000 torcedores viajarem naquela época. Olhando para o que aconteceu, todos deveriam ser mais precavidos. Foi um erro”, reconhece agora, o prefeito de Madrid, José Luiz Martinez-Almeida.
Ele coloca esse deslocamento como fundamental para a contaminação de dezenas de milhares de pessoas na capital espanhola.
Tanto Martinez Almeida quanto Gori se posicionam completamente contra a volta do futebol, sem a perspectiva do fim da pandemia.
Na Espanha os números mostram que o quanto a situação segue tenebrosa. Nas últimas 24 horas, morreram 410 pessoas, somando 20.453 falecidos desde o início da pandemia. Foram 195.944 registrados.
Na Itália, segue ainda pior.
Já são 23.227 mortos. Foram 482 mortos de sexta para sábado. Com 172.434 infectados.
Martinez Almeida e Gori têm certeza.
“O futebol contribuiu e muito com essa pandemia. Não percebemos o grave erro que cometemos”, resume Gori…
Dirigentes brasileiros não se importam com a pandemia. Querem jogos de volta Grêmio
Os dirigentes brasileiros precisam ter consciência.
E perceber o que fazem.
Por dinheiro, querem a volta do futebol.
O mais rápido possível.
Mesmo com o crescimento da doença.
Sem um estudo profundo das consequências na pandemia.
Encontro da ganância com irresponsabilidade.
Até hoje pela manhã, são 36.925 infectados.
E 2.372 mortos no Brasil…
*R7