A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou pandemia de Covid-19 nesta quarta (11). Casos, mortes e números de países atingidos deve aumentar, diz OMS sobre o Covid-19 nesta quarta (11).
“Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS
Ghebreyesus afirmou que há mais de 118 mil casos em 114 países e 4.291 pessoas morreram. “Milhares de outras estão lutando pelas suas vidas em hospitais”, falou.
O diretor-geral da OMS disse ainda que a projeção para os próximos dias é que aumentem o número de casos de Covid-19, o número de mortes e o número de países afetados.
Ele disse que a OMS tem acompanhado os casos de perto e que estão todos “profundamente preocupados” tanto com o níveis alarmantes da dispersão e da severidade dos casos, assim como com os níveis alarmantes de inação.
“Portanto, avaliamos que a Covid-19 pode ser caracterizado como uma pandemia”, completou.
Mundo
Para combater a epidemia, a Itália anunciou uma ajuda excepcional de 25 bilhões de euros (28,3 bilhões de dólares).
O Banco da Inglaterra (BoE) anunciou uma inesperada redução das taxas de juros, que caíram de 0,75% a 0,25%, a queda mais expressiva desde a crise financeira de 2008-2009.
A Comissão Europeia divulgou a criação de um fundo de resposta ao coronavírus de até € 25 bilhões.
Nos Estados Unidos, o governo do presidente Donald Trump informou que apresentará em breve um plano de apoio à economia. O Canadá revelou um plano de 728 milhões de dólares para sustentar sua economia.
Depois da queda espetacular na segunda-feira e da recuperação na terça-feira, as Bolsas operavam de maneira irregular nesta quarta-feira.
O Equador, por exemplo, anunciou cortes orçamentários, redução de salários de funcionários públicos e mais endividamento para enfrentar as dificuldades derivadas do coronavírus e a queda do preço do petróleo.
– China suaviza medidas, outros países reforçam –
A China (sem considerar os territórios de Hong Kong e Macau), onde a doença surgiu em dezembro, registra 80.778 casos, com 3.158 mortes, sendo 22 vítimas fatais nas últimas 24 horas. Mas a tendência no país é de queda e o governo começou flexibilizar as medidas.
Em um sinal de normalização progressiva em Wuhan (centro), berço da epidemia e isolada desde 23 de janeiro, as empresas começam a retomar as atividades, um dia depois da visita à cidade do presidente Xi Jinping, que declarou que a epidemia está “praticamente contida”.
Mas no momento em que os casos de coronavírus importados aumentam na capital da China, a prefeitura de Pequim determinou que qualquer pessoa que chegar à cidade procedente do exterior deverá passar por uma quarentena obrigatória de 14 dias.
O Japão, onde o coronavírus contaminou 568 pessoas e deixou 12 mortos, cancelou a cerimônia de recordação do tsunami de 11 de março de 2011, que deixou 18.500 mortos e desaparecidos, e provocou o desastre nuclear de Fukushima.
Ao mesmo tempo prosseguem as medidas de isolamento e suspensão de voos de várias companhias europeias.
Na América Latina, que tem quase 140 casos e duas mortes, as medidas foram intensificadas.
A Colômbia vai isolar as pessoas procedentes da China, Espanha, França e Itália. A Argentina fará o mesmo e adicionou à lista os passageiros procedentes dos Estados Unidos, Alemanha, Coreia do Sul, Japão e Irã.
Bolívia, El Salvador e Chile também adotaram medidas sanitárias mais drásticas.
Nos Estados Unidos, país com 1.001 casos e 28 mortes, a Guarda Nacional será mobilizada a partir de quinta-feira para delimitar uma “área de confinamento” de 1,6 km em New Rochelle, cidade de 80.000 habitantes que é o principal foco do coronavírus no estado de Nova York.
Ao mesmo tempo, mais eventos foram cancelados. Pela primeira vez nas últimas três décadas, a cerimônia para acender a chama olímpica dos Jogos de Tóquio-2020 acontecerá sem a presença de espectadores, na quinta-feira em Olímpia (Grécia).
Agence France-Presse/JB