Como forma de enfrentar a chegada do coronavírus ao Distrito Federal, escolas públicas querem se antecipar a fim de manter o controle sanitário dentro das unidades de ensino. A preocupação é pelo fato de a nova doença se proliferar, principalmente, em locais com grande concentração de pessoas.
Até o início da tarde dessa quinta-feira (27/02/2020), a Secretaria de Saúde investigava cinco casos suspeitos no DF. Em Formosa (GO), no Entorno do DF, pelo menos um está sendo monitorado.
Gestores escolares solicitam à Secretaria de Educação autorização para o uso de recursos do Programa de Descentralização Administrativa e Financeira (Pdaf) — caixa criado originalmente para realização de melhorias e obras dentro dos centros educacionais —, com o intuito de adquirir produtos voltados à prevenção do Covid-19.
É o caso do Centro de Ensino Fundamental da 306 Norte (foto em destaque), onde 470 estudantes estão oficialmente matriculados em dois turnos de aulas. A comunidade escolar pede que a pasta autorize o uso do fundo para a compra de dispensers(suporte) e álcool em gel.
“Temos que estar preparados para enfrentar essa situação. Conversamos com o grupo da escola e a solução foi pedir essa autorização para a nossa regional de ensino”, confirmou o vice-diretor do CEF 306 Norte, Pedro Pimentel Seabra,
“Estamos recebendo inúmeros solicitações de diretores que pedem o produto nas escolas. No entanto, ainda estamos aguardando como se dará o processo: se é pelo Pdaf ou se de outra forma para acesso ao álcool em gel. Estamos cientes da necessidade, como ocorreu em outras oportunidades, só queremos ter certeza da forma, porque a necessidade existe”, frisou a professora Franquilene Silva Machado Fernandes, coordenadora da Regional de Ensino de Samambaia.
A coluna apurou que a Regional de Ensino do Gama também está consultando a pasta sobre a possível utilização da verba para compra de material esterilizante.
Em outros momentos de risco de epidemia no DF, as empresas terceirizadas que fornecem material de higiene e de limpeza para os centros educacionais chegaram a fornecer álcool em gel aos estudantes.
Força-tarefa
Nessa quinta, dois casos suspeitos da doença foram descartados. Um do Hospital Home, na Asa Sul, de uma paciente que estava internada com a filha na unidade de saúde. Elas apresentaram sintomas do coronavírus após retorno de uma viagem recente à Itália. O outro é de um homem que estava no Hospital Santa Lúcia, na Asa Norte, que desembarcou recentemente da Austrália.
Na quarta-feira (26/02/2020), o governador Ibaneis Rocha (MDB) assegurou que a capital do país está pronta para combater eventual epidemia de coronavírus entre os brasilienses.
O Governo do Distrito Federal (GDF) tem feito uma força-tarefa para enfrentar a possível chegada da doença ao território distrital. A coluna antecipou nessa quinta-feira (27/02/2020) que há um plano de contingência para estabelecer procedimentos em caso de suspeitas do coronavírus.
O risco de contaminação, especialmente em locais com grande concentração de pessoas, levou a Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) a se antecipar para a possibilidade de epidemia no Distrito Federal.
Documento interno da estatal assinado pela divisão que cuida das estações aponta estratégias para combater a possível proliferação da doença, sobretudo nos horários de pico dos trens, e expõe medidas sugeridas dentro do protocolo do Ministério da Saúde.
Um dos pedidos é a instalação de equipamentos para álcool em gel nas estações. O texto ainda reforça que há estoque de luvas e máscaras na companhia, caso seja necessário o uso.
Procurada, a Secretaria de Educação não havia respondido até a última atualização desta matéria.