O governador Ibaneis Rocha (MDB) defendeu, nesta segunda-feira (17/02/2020), mais “união” entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os chefes de Executivo estaduais. A declaração ocorre após o titular do Palácio do Buriti integrar o time de 20 governadores que assinou carta-aberta condenando o número um da República pelas críticas a Rui Costa (PT) pela morte do miliciano Adriano da Nóbrega, mais conhecido como Capitão Adriano.
No documento, os governadores dizem que atitudes recentes de Bolsonaro não contribuem para “a evolução da democracia no Brasil”. “Entendo que é desnecessário essas críticas aos governadores. Precisamos mesmo é de união para fazer esse país voltar a crescer”, afirmou Ibaneis.
O emedebista disse ser contrário a opiniões políticas sobre investigações em curso. “Não gosto de palpitar sobre investigações. [Temos] Estilos diferentes”, reafirmou em referência ao ocupante do Palácio da Alvorada.
No documento público editado pelo Fórum Nacional dos Governadores e divulgado nesta segunda-feira, os mandatários dos executivos criticam as constantes interferências de Bolsonaro em pautas exclusivamente estaduais, como a da execução do ex-policial no interior do território baiano.
“É preciso observar os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem. Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós”, registraram.
“Trabalhando unidos conseguiremos contribuir para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, pela redução da desigualdade social e pela busca por prosperidade econômica. Juntos podemos atuar pelo bem do Brasil e dos brasileiros”, finalizam os governadores, ao convidarem o presidente a participar do próximo encontro do grupo, a ser realizado em 14 de abril.
Carta aberta dos governadores ao presidente Jair Bolsonaro.
Morte de miliciano
Bolsonaro falou sobre a morte do ex-PM, acusado de ser o líder de uma das maiores milícias do Rio de Janeiro, pela primeira vez no sábado (15/02/2020), justamente em visita à cidade. Para o presidente, a polícia baiana deve responder às acusações de queima de arquivo que vem sendo feitas desde a ocorrência.
“Quem é responsável pela morte do capitão Adriano? A PM da Bahia, do PT. Precisa falar mais alguma coisa?”, disse. Segundo ele, o crime foi uma “provável execução sumária”.
O governador petista respondeu em postagem no Twitter, dizendo que “o governo do Estado da Bahia não mantém laços de amizade nem presta homenagens a bandidos nem procurados pela Justiça. A Bahia luta contra e não vai tolerar nunca milícias nem bandidagem”.
Depois, emendou: “Na Bahia, a determinação é cumprir ordem judicial e prender criminosos com vida. Mas se estes atiram contra Pais e Mães de família que representam a sociedade, os mesmos têm o direito de salvar suas próprias vidas, mesmo que os MARGINAIS mantenham laços de amizade com a Presidência”.