Missa de 7º dia do professor Odailton Charles Albuquerque Silva no DF — Foto: Afonso Ferreira/G1
Parentes e amigos do professor Odailton Charles Albuquerque Silva, que morreu envenenado, em Brasília, participaram de uma missa de 7º dia na noite desta terça-feira (11), na Paróquia Maria Imaculada, no Guará II. O educador morreu após ficar cinco dias internado no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e, segundo a família, ele passou mal após tomar um suco de uva supostamente oferecido por uma colega do Centro de Ensino Fundamental (CEF) 410.
Odailton trabalhava na escola há oito anos como diretor. A Polícia Civil do Distrito Federal encontrou veneno de rato no sangue dele e investiga o caso como homicídio.
A irmã do professor disse que Odailton era apaixonado pela educação. “Ele gostava do que fazia”, afirmou a advogada Maria José de Albuquerque Barros, de 77 anos.
“Eu tô arrasada. Isso foi uma barbárie e espero uma solução do poder público. Isso ocorreu dentro de um colégio.”
De acordo com Maria José, Odailton nasceu em Imperatriz, no Maranhão e chegou em Brasília com 2 anos de idade. “Ele era querido por todos”, afirmou.
Maria José de Albuquerque Barros, irmã de professor envenenado, recebe abraço de amigos durante missa de 7º dia no DF — Foto: Afonso Ferreira/G1
Investigação
Desde a morte do professor Odailton Charles Albuquerque Silva, no dia 4 de fevereiro, a Polícia Civil já ouviu cerca de dez testemunhas. Todos os interrogados estiveram no CEF 410, na quinta-feira, 30 de janeiro, data em que o ex-diretor do colégio passou mal.
Um laudo de perícia confirmou que o professor, de 50 anos, morreu após ser envenenado com raticida. A substância aldicarb, altamente tóxica e que tem a venda proibida, foi encontrada no vômito de Odailton.
Além do aldicarb, os peritos também encontraram traços de relaxante muscular nos materiais biológicos de Odailton. No entanto, não foram localizados traços do suco de uva.
Ao ser questionado se há suspeitos pelo crime, o delegado Laércio Rossetto, responsável pelo caso, afirmou que “há investigados”.
Em áudios enviados a amigos, no dia em que passou mal, Odailton disse que o desconforto começou após tomar um suco oferecido por uma colega, com quem tinha desavenças.
Em outra gravação enviado a um amigo, o professor afirmou que faria uma denúncia contra a Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto por suspeita de desvio de recursos.