O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), convocou uma reunião com representantes da Marinha e da Aeronáutica e parte de seus ministérios. Sem agenda oficial nesta sexta-feira (31/01/2020) e em repouso para se recuperar de uma cirurgia de vasectomia, o presidente recebeu os ministros das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da Saúde, Luiz Henrique Mandeta; e da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, para tratar da epidemia de coronavírus enfrentada pela China e definir quais medidas o governo pretende adotar para dar apoio aos brasileiros que estão nas regiões de risco.
Ao fim da reunião, Bolsonaro anunciou que, até o momento, não há casos de brasileiros contaminados – nem em território nacional, nem em solo chinês. “Temos nacionais que estão na região de Wuhan e tem pedido apoio para voltar. Obviamente, apoio custa dinheiro e meios, que o Brasil vai ter que se esforçar para conseguir”, declarou. O presidente também defendeu a criação de uma lei de quarentena e disse que pedirá a aprovação de recursos ao Congresso Nacional para trazer brasileiros de volta e evitar a proliferação do vírus. “Se não tivermos [o procedimento da quarentena] redondinho no Brasil, não vamos buscar ninguém”, sentenciou.
Segundo o chefe do Executivo, os compatriotas em solo chinês que regressarem serão tratados em hospitais de campanha das Forças Armadas. “Ao trazer brasileiros para cá, nossa ideia é colocar num local para quarentena, mas isso qualquer ação judicial tira de lá. Seria uma irresponsabilidade quem porventura decidir retirar pessoas que vêm dessas regiões afetadas da China para cá. Se lá temos algumas dezenas de vidas, aqui nós temos 210 milhões”, pontuou.
O ministro da Saúde informou que havia um caso altamente suspeito em investigação no Brasil. O paciente foi submetido a três testes na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e todos deram resultados negativos. ” Se tivesse sido confirmado, automaticamente nós iríamos subir para a decretação de estado de emergência de interesse da saúde”, disse o ministro.
Uma eventual chegada do coronavírus à Venezuela também foi assunto na reunião. “A gente acredita que pode acontecer a entrada em massa de venezuelanos pra cá, tendo em vista o clima que se instalará naquele país”, especulou Bolsonaro.
Metrópoles