Em imagem de fevereiro de 2019, Donald Trump escuta John Bolton, então seu conselheiro de segurança, falar — Foto: Leah Millis/File Photo/Reuters
Os senadores dos Estados Unidos decidiram nesta sexta-feira (31) não convocar novas testemunhas para depor e nem aceitar novas provas no julgamento do impeachment do presidente Donald Trump. A decisão abre caminho para a votação final, em que a expectativa é de que Trump seja absolvido.
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Os depoimentos e as provas que foram apresentados na Câmara, onde Trump sofreu o impeachment, são os mesmos que os senadores devem levar em consideração ao votar pela remoção ou não do presidente do cargo.
Antes da votação, a expectativa já era de que quase todos os senadores do Partido Republicano votassem contra a convocação de novas testemunhas.
O “New York Times” publicou, no fim de semana, uma reportagem sobre um livro ainda não-lançado do ex-conselheiro de segurança da Casa Branca, John Bolton.
Bolton foi demitido no ano passado. No manuscrito, ele afirma que o presidente dos EUA pressionou a Ucrânia a abrir uma investigação para averiguar possíveis crimes de Hunter Biden, filho de Joe Biden, pré-candidato à presidência pelo Partido Democrata e um dos rivais de Trump.
Mais do que isso, o atual líder americano ainda vinculou uma doação de dinheiro para ser empregado em uma guerra civil no país à abertura da investigação, de acordo com Bolton.
Essa é uma das alegações do processo de impeachment –a de que Trump teria feito um “toma lá dá cá”: em troca de uma investigação sobre seu rival doméstico, ele daria dinheiro dos EUA para a defesa da Ucrânia.
Como as declarações de Bolton não constam no processo de impeachment, elas não serão levadas em consideração no julgamento para afastar o presidente.
Se testemunhasse, possivelmente Bolton seria a primeira testemunha que diria ter ouvido diretamente de Trump que ele teria imposto esse condição para dar o financiamento aos ucranianos.
Encurtar o julgamento
Um dos principais argumentos dos republicanos para rejeitar novas testemunhas e provas é o de que era tarefa da Câmara de Deputados apresentar todas as evidências, e não do Senado.
Além disso, se o Senado aprovasse a convocação, o julgamento do impeachment iria se prolongar e se tornaria mais incerto.
O Partido Republicano, do qual o presidente Trump faz parte, domina o Senado –ele tem 53 cadeiras, contra 47 do Partido Democrata.
A decisão aconteceu depois de um dia de quarto horas de discussões entre os políticos.
G1