Ideia seria isolar o MDB, partido com maior bancada do Senado, nas eleições para a presidência da Casa
Na esteira da decisão do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) de desistir de se lançar candidato a presidente do Senado, o PSDB fechou apoio à candidatura de Davi Alcolumbre (DEM-AP) numa articulação que conta com o apoio de outros partidos, como o PSD, para criar uma frente para barrar Renan Calheiros (MDB-AL) e isolar o MDB – a maior bancada , disse à Reuters uma fonte envolvida diretamente nas costuras.
O acordo que patrocina a candidatura de Alcolumbre envolve trabalhar pela defesa da votação aberta para a escolha dos dirigentes da Mesa Diretora, o que poderia dificultar a eleição de Renan, disse a fonte.
Nessa costura, o PSD, a segunda bancada com 10 senadores, quer escolher a primeira-secretaria do Senado, espécie de prefeitura por tratar de todos os assuntos administrativos do orçamento bilionário da Casa. O PSD também quer emplacar o senador Omar Aziz (PSD-AM) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).
O PSDB poderia ficar com a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado pelo qual passam as principais proposições legislativas da Casa.
A sessão para a eleição da Mesa Diretora está marcada para as 18h. O grupo de Alcolumbre recolhe assinaturas para garantir que o plenário decida pela votação aberta para a eleição da Mesa Diretora, contrariando o entendimento do regimento interno da Casa.
O senador do DEM tem defendido que se realize uma votação aberta –com a declaração de voto– para a Mesa Diretora do Senado, fórmula que ele considera mais fácil para vencer Renan. Antes da votação, os senadores serão empossados e há a expectativa de que haja pedidos para que se faça a votação aberta.
Nos bastidores, Tasso trabalhava para que o MDB escolhesse a ex-líder e senadora Simone Tebet (MS) para a disputa. Mas o partido na véspera decidiu lançar o nome de Renan Calheiros (AL), ex-presidente do Senado e desafeto de Tasso. Por isso, os tucanos fecharam apoio a Alcolumbre.
Outro senador que cogitou disputar a presidência do Senado, Major Olimpio (PSL-SP), que é do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, teria desistido de sua candidatura, disse uma fonte à Reuters, mas posteriormente ele acabou por registrar sua candidatura à presidência do Senado. Fonte: Exame