Pauta foi para mesa do governador, que decide se sanciona ou veta. Na prática, seria considerado crime ‘destruir ou inutilizar’ cinema ao ar livre, explica consultora legislativa.
Único na América Latina, o Cine Drive-in de Brasília está prestes a se tornar patrimônio cultural. Um projeto de lei que dá este status ao cinema foi aprovado na Câmara Legislativa no fim de novembro. Agora, ele vai para a mesa do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que vai decidir se sanciona ou veta o projeto.
Na prática, isso significa que foi criada uma proteção para o cine na Asa Norte, com área de 15 mil metros quadrados. É o que explica a consultora legislativa Romina Capparelli.
“Apesar de não ter o nome ‘tombamento’ na lei, ele foi inscrito como patrimônio cultural, mas por conta da lei de crimes ambientais, a partir da sanção da lei, se torna crime destruir ou inutilizar, fazer qualquer alteração que altere a integridade do Cine Drive-in”, declarou.
“Então, a gente pode considerar sim, que apesar de não ser tombado, o Cine Drive-in está sim protegido.”
Nos 44 de história, no entanto, o risco de ter de encerrar as atividades chegou a ser iminente. “Eu já tinha ouvido falar. Sabia que ele tinha chance de fechar há um tempo atrás”, disse o estudante Pedro Souza. A iniciativa para proteger o Drive-in veio de um abaixo-assinado entregue à Câmara.
“Esse cinema faz parte de várias gerações. Muita gente achou que esse cinema tinha acabado, então descobriu que não”, conta o cineasta Cláudio Moraes, que fez um documentário sobre o cine e sua tela de 312 metros quadrados – a maior do país.
Responsável pelo cinema, Marta Fagundes comemorou. Mas já prevê novidades no local. “A gente precisa revitalizar. Eu acho que o Cine Drive-in há dois anos passou por uma grande revitalização no sistema de projeção porque senão ele teria fechado mesmo, que foi da projeção analógica para digital. E agora a gente precisa revitalizar mesmo o espaço físico: banheiros, bilheteria, modernizar mais.”