Secretária de Segurança, Márcia Alencar, concedeu entrevista ao Bom Dia DF na manhã desta quarta. Centro de Detenção Provisória da Papuda tem 1.646 vagas para cerca de 4 mil detentos, segundo CNJ.
O centro de Detenção Provisória (CDP) do Distrito Federal terá 3.300 novas vagas até fim de 2017, de acordo com a secretária de Segurança, Márcia Alencar. A informação foi dada pela titular da pasta durante entrevista concedida ao Bom Dia DF desta quarta-feira (18). Dados de 2014 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostram que o CDP abriga mais que o dobro dos detentos – são 1.646 vagas para 4.033 presos.
Durante a entrevista, a secretária afirmou que, além dos R$54,6 milhões que serão investidos em equipamentos e na construção de uma nova unidade de regime fechado na Papuda, o governo já recebeu outros R$ 112 milhões que estão sendo investidos no centro, que também fica no complexo penitenciário. “Serão quatro blocos com 800 vagas cada, que ficam prontos até o fim do ano”, informou.
A secretária não comentou o anúncio do governo federal desta terça (17), que libera as Forças Armadas para operações de varredura em penitenciárias do país. O G1 pediu um posicionamento da pasta sobre o assunto, mas não recebeu resposta até a última atualização da reportagem.
O Complexo da Papuda tem 14 mil detentos e abriga quatro dos seis presídios do DF: as Penitenciárias I e II, o Centro de Detenção Provisória e o Centro de Internação e Reeducação. Segundo a Secretaria de Segurança, a maior parte dos presos do DF têm entre 18 e 25 anos, são reincidentes, têm baixa renda e são envolvidos com tráfico de drogas.
Adolescentes apreendidos
A secretária também disse durante a entrevista que o índice de reincidência de menores de idade em crimes como roubo e furto foi de 37% em 2016. De acordo com ela, alguns jovens chegaram a ser apreendidos “mais de 25 vezes” por roubo ou furto de celular no ano passado. O G1 pediu a secretaria o índice de reincidência de 2015, mas não recebeu resposta até a última atualização da reportagem.
“Em fevereiro vamos lançar o programa Sigo Vivo para podermos trabalhar com foco nos jovens com idade entre 14 e 29 anos. São eles que estão hoje simultaneamente como vítimas e agressores na dinâmica do crime comum, mais especificamente na do roubo a transeunte”, afirmou.
Em 2016 o DF teve média de um menor apreendido por hora, segundo dados divulgados na última sexta-feira (13) pela Secretaria de Segurança. De acordo com o levantamento, cerca de 8 mil adolescentes foram apreendidos pela polícia no ano passado. O número é próximo ao registrado em 2015, quando 8.705 foram apreendidos, de acordo com a pasta.
“Há uma liberação muito grande, sobretudo porque a legislação permite, quando se trata de crimes que não têm muita ameaça e isso, do ponto de vista objetivo como furtos principalmente, faz com que a gente perceba que há uma sensação de impunidade. Com isso, o agressor potencializa a sua atitude e repete o fato”, disse a secretária.
Roubos e furtos
Os dados da secretaria, divulgados em coletiva na última sexta (13),também apontam aumento em todas as modalidades de roubos e furtos – a pedestres, carros, ônibus, casas e comércios – 2016, na comparação com 2015. Segundo o relatório, os chamados “crimes contra ao patrimônio” pularam de 1,7 mil para 2,1 mil, para cada grupo de 100 mil habitantes.
Durante a entrevista desta quarta, a secretária informou que 74% dos roubos a transeuntes se referem a roubo de celular e pediu atenção da população na hora de usar o aparelho. “É muito importante que o transeunte esteja atento. Não se coloque nos pontos de ônibus ou atravessando as vias públias, facilitando esse tipo de agressão”, afirmou.
Já sobre os assaltos em coletivo, a titular da pasta disse que o grande fluxo de moradores do Entorno para o DF causa “um reflexo muito forte” nos números e que por isso o governo tem feito ações combinadas com o governo de Goiás.
“Agora em janeiro a gente já percebe uma queda significativa. A gente imagina que isso pode se tornar uma tendência já que também estamos junto com a Secretaria de Mobilidade para que a gente possa ter as câmeras internas nos coletivos para ter materialidade e assim poder responder com relação a autoria dos fatos”, disse.
Violência no ônibus
Na noite desta segunda-feira (16), um policial militar de 34 anos reagiu a uma tentativa de assalto no ônibus que saía da Rodoviária do Plano Piloto em direção à Planaltina. Na altura do Jardim Roriz, já em Planaltina DF, três homens entraram no ônibus, um deles levava um facão. De acordo com o relato do policial, ao perceber que ele estava fardado, um dos assaltantes foi na direção dele e começou a esfaqueá-lo na cabeça.
O policial reagiu disparando contra o assaltante, que após ser atingido fugiu do ônibus junto com os outros dois indivíduos, na altura da Estância Mestre Damas V. Os bombeiros foram chamados para socorrer o policial ferido que foi levado para o Hospital Regional de Planaltina. O assaltante baleado não resistiu e morreu logo após dar entrada no mesmo hospital. A Polícia Militar entendeu que a conduta do policial configurou legítima defesa.
Até o momento os outros dois assaltantes não foram encontrados. O policial ferido passa bem.