O preço deveria ter baixado, mas sistema de cartões continuava registrando R$ 5 na manhã desta quarta-feira; nos caixas passagens custavam R$ 4.
Apesar do GDF ter voltado atrás e revogado o aumento das passagens no transporte público, nesta quarta-feira (18), passageiros do Metrô reclamavam que o valor não foi reajustado no sistema e as passagens nos cartões estavam sendo cobradas no valor antigo, de R$ 5. Entretanto, ao ir até o caixa os usuários conseguiam comprar o bilhete já no valor atualizado, de R$ 4.
Este foi o caso da analista de engenharia, Raquel Lopes, que embarcou na estação Concessionárias e se assustou ao ver a catraca do Metrô registrando a tarifa mais cara.
“Me sinto frustrada. Eu ouvi na rádio que a passagem já estava com o preço reduzido, mas ai eu fui passar na estação e vi que tava cobrando o valor anterior. Eu me sinto lesada porque acho que eles não vão ter controle disso”, afirmou.
O mesmo aconteceu com o técnico de informática, Vinícius Rodrigues. Ele disse que estava monitorando a situação das tarifas, e foi pego de surpresa quando viu o valor sendo cobrado a mais. Vinícius fez uma reclamação no site do DFtrans, mas não está muito esperançoso com a resposta.
“Abri uma reclamação no DF-trans para ter esse ressarcimento. Ainda não houve resposta, como sempre o serviço público vai empurrar com a barriga e talvez daqui uma semana responder a reclamação”, disse.
Em nota, o Metrô afirmou que as tarifas de R$ 5 estão sendo cobradas apenas para “alguns cartões flex que continham créditos carregados antes da 0h desta quarta-feira”. Segundo o Metrô, o problema está sendo resolvido e os usuários que tiveram a tarifa antiga cobrada, podem solicitar ressarcimento na Ouvidoria.
Ainda com desconfiança
Desde a manhã desta quarta-feira as passagens mais baratas (linhas circulares e alimentadoras) baixaram de R$ 2,50 para R$ 2,25. As linhas curtas voltaram a custar R$ 3, e não R$ 3,50. Já as linhas longas, que atendem a maioria das cidades satélites, caíram de R$ 5 para R$ 4. Porém, os passageiros ainda estão desconfiados sobre o tempo que as tarifas vão ficar nesses preços.
O servidor público, Roberto do Nascimento, acredita que o retorno das passagens ao valor antigo, sem reajuste, é encenação e não deve durar mais do que 15 dias.
“É tudo teatro. Esse valor não deve ficar muito tempo não e o pior é que eles não conseguem sequer melhorar a qualidade do transporte”, disse.
Outro problema reclamado pelos passageiros foi a falta de qualidade do serviço prestado. A secretária Larissa da Silva acredita que a redução foi boa, mas a infraestrutura ainda deixa a desejar.
“Eu tô na fila esperando um ônibus tem mais de 40 minutos e nada. Pagar caro para ter um serviço assim não dá”, afirmou.
Entenda o caso
Após decisão da Câmara Legislativa do DF, tomada na última quinta-feira (12), quando os deputados vetaram o reajuste no preço das passagens de ônibus, nesta terça (17) o governador Rodrigo Rollemberg acatou a decisão dos distritais e revogou o reajuste anunciado em 30 de dezembro de 2016. O governo, porém já entrou com uma ação na Justiça contra a decisão alegando que o transporte público no valor do ano passado é insustentável para o sistema. A ação do GDF deverá ser votada pelo TJDFT na próxima terça-feira (24).