Casas foram construídas sobre a rede pluvial e comprometem manutenção. Famílias podem solicitar auxílio vulnerabilidade e aluguel, diz Defesa Civil.
Famílias que moram em área de risco na Bacia 8 do Trecho 1 do Sol Nascente, em Ceilândia, maior região administrativa do Distrito Federal, começaram a receber notificações da Defesa Civil nesta segunda-feira (28). Os moradores foram informados da necessidade de retirada parcial ou total das edificações do local, que foram construídas onde passa a rede subterrânea de águas pluviais.
As galerias de captação da água da chuva, precisam de um espaço de 12 metros disponíveis. A rede mede 4m x 4m e deve-se ainda preservar outros quatro metros de cada lado para a área de servidão. Desta forma, em alguns locais casas inteiras precisarão ser retiradas. Em outras, apenas adequações deverão ser feitas, como o recuo de muros, portões e garagens.
A Defesa Civil alerta que construir casas sobre a rede compromete a segurança da moradia. Foram encontradas, na primeira vistoria desta segunda, casas com rachaduras e trincas. Para explicar a necessidade de retirar ou adequar as residências, no próximo sábado (3) representantes do GDF se reunirão com os moradores da região. O encontro será na Igreja Assembleia de Deus, na QNP 6/10, chácara 171, conjunto A/B.
Outras irregularidades também foram identificadas. Em alguns locais, há ligações clandestinas do esgoto para a rede. Mesmo sem chuvas, havia escoamento de água em algumas vias. A rede pluvial não é adequada para receber água da chuva, de acordo com o órgão.
Caso o imóvel esteja em área irregular, mesmo as edificações que não estejam construídas sobre a futura rede pluvial deverão ser retiradas. Segundo a Defesa Civil, é necessário que o espaço não esteja ocupado, pois servirá de passagem para os maquinários que farão a obra. Os terrenos também precisam estar livres para manutenção.
Já no trecho 2 do Sol Nascente, na chácara 99, várias casas estão construídas em área de risco, sobre a rede de esgotos. No loca, duas casas foram interditadas pela Defesa Civil há uma semana. A autarquia explica que o material das manilhas que recebem os resíduos das residências podem corroer com o tempo, gerando risco iminente aos moradores. A Caesb ainda vai analisar o local para ver se há necessidade de intervir em outras casas.
Todas as famílias que recebem a notificação da Defesa Civil são orientadas por representantes da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos sobre os benefícios sociais que podem receber do governo. A Companhia de Desenvolvimento Habitacional do DF (Codhab) e da Administração Regional de Ceilândia também acompanham as ações.
Essas famílias podem solicitar acolhimento em abrigo, auxílio vulnerabilidade de R$ 408, durante seis meses, ou auxílio aluguel de R$ 600 até por um ano. Nenhuma das famílias havia solicitado auxílio até a noite de segunda.