Menina com síndrome rara viajava para o PR para consulta cardiológica. Latam diz se sensibilizar com caso e avaliar fato para evitar nova ocorrência.
Um voo da Latam atrasou cerca de três horas no aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília, nesta terça (4), depois que o comandante da aeronave se recusou a decolar por causa de um problema envolvendo uma passageira. A mulher estava com a filha de 1 ano e meio, que sofre de uma síndrome rara e precisa de um respirador ligado durante todo o tempo de voo, e a companhia não liberava a tomada própria para uso médico para ligar o equipamento.
O avião deveria deixar a pista do aeroporto de Brasília com destino a Curitiba, no Paraná, às 10h30. A cliente e a filha moram em Rio Branco, no Acre, e faziam conexão na capital federal. Sem resolver o problema, ela se recusou a descer da aeronave. A decolagem aconteceu apenas às 13h24, depois que uma tomada especial foi liberada para uso da passageira.
A mãe diz que comprou a passagem no dia 16 de setembro e que deveria viajar nesta segunda-feira (3), mas não conseguiu embarcar por problemas de com documentação. Ela afirma ao portal Metrópoles que entrou em contato com a Latam para receber orientações sobre o voo e que fez tudo como foi dito pela empresa.
A filha sofre da “síndrome velocardiofacial”, uma condição congênita causada pela perda de uma porção do cromossomo 22, que causa manifestações clínicas como fissura de palato, voz anasalada e alterações cardíacas e vasculares, entre outras. Ela tem uma consulta com cardiologista agendada para esta quarta (5) em um hospital de Curitiba.
Segundo a mulher, a companhia exigiu documentação diferente do que foi pedido anteriormente, por isso não permitiu embarque na segunda. A mãe diz que no trecho entre Rio Branco e Brasília usou a entrada de energia para conectar o aparelho.
Aos passageiros que estavam no avião, a Latam informou que as tomadas estavam desativadas desde o mês passado, depois de uma resolução da companhia dizendo que o próprio usuário é quem deve levar uma bateria para aparelhos médicos alimentados com energia elétrica, com capacidade de 150% do tempo de voo, incluindo escalas e conexões.
As informações sobre o uso de “concetrador de oxigênio” em voos da Latam estão disponíveis no site da companhia. “Recomendamos o transporte de baterias extras na cabine, pois os aviões não dispõem de tomadas a bordo para uso ou recarga do equipamento. Além disso, devem estar em boas condições e precisam ser embaladas individualmente de forma a evitar o contato entre elas. O POC (nome do equipamento) e as baterias devem ser providenciados pelo usuário.”
Sobre o problema desta terça-feira, a Latam diz que “se sensibiliza com a situação e informa que está prestando auxilio à passageira. A cliente seguiu no voo programado originalmente, de número JJ3967, no trecho Brasília-Curitiba de hoje (4), que decolou às 13h24”.
A companhia diz ressaltar que segue a legislação do setor e que reforça que a segurança “é um valor imprescindível para suas operações”. “A empresa ratifica que está avaliando o ocorrido para evitar que fatos como este voltem a acontecer.”