Os cachorros, até mais que os seus donos, ficaram bem à vontade na segunda edição do Pet Day, que ocorreu ontem no Eixão do Lazer, na altura da 208/209 Sul. O evento, que, segundo a organização, reuniu mais de três mil pessoas durante todo o dia, busca formar um ambiente de interação maior entre donos e pets.
A coordenadora de operações Sabrina Figueiredo e o vendedor Alan Figueiredo ainda não têm filhos. Para a casa não ficar tão vazia, eles resolveram comprar um cachorro. O buldogue francês Senador chegou ao lar e Alan admite que, a partir daí, foi só festa. No evento, o casal estava tão animado quanto o cachorro, que corria de um lado para o outro. “Se tirarmos a coleira, ele corre em tudo quanto é lugar. Fica difícil acompanhar”, diz Alan.
O casal escolheu esse nome porque o animal tem um porte imponente e bonitão. A outra opção era Fubá, pela cor amarelada. Segundo Sabrina, eles teriam mais cachorros se morassem em uma casa. Para ela, o trabalho que Senador dá é o mesmo de qualquer cão.
No Pet Day, foi possível conferir um pouco de tudo: desde apresentações de adestramento a degustação de petiscos caninos de sabores variados. Houve ainda orientações para a saúde dos bichos e venda de produtos de alimentação e higiene.
A organizadora do evento, Priscila Davis, é doida por cachorro. Antes de se mudar para um espaço menor, morava com quatro cachorros, três pássaros, três tartarugas, alguns peixes e um jabuti. Agora, só tem apenas uma cachorrinha, que dorme no travesseiro junto a ela e ao noivo.
Alguns dos momentos mais especiais do evento foram os shows de adestramento, em especial os de Agility. A modalidade proporciona uma interação maior entre o dono e o animal e consiste em uma corrida de obstáculos com túneis, saltos e passarelas. Em competições, são até 18 obstáculos.
“Ainda estamos desenvolvendo a cultura. Os animais precisam de um adestramento, mas não o militar. Eles precisam aprender as regras da casa”, afirma a bióloga e adestradora Luiza Dias, que lembra que a atividade é ótima para o cachorro e para o dono.
Ela diz que o treinamento é simples e, se o dono ensinar com calma, o animal aprende com tranquilidade. Não se utiliza castigo, mas reforço positivo, como aperitivos ou objetos. Depois de algum tempo, o pet se movimenta sem a necessidade de incentivo.
Por mais locais “pet friendly”
Para a organizadora do Pet Day, Priscila Davis, é importante que os donos de animais de estimação tenham locais para sair que não seja só para um passeio rápido perto de casa. “Brasília é muito carente de locais pet friendly. Se você vai ao banco com um cachorro, o pessoal olha de olho torto. É algo cultural. As pessoas chegam em frente ao meu pet shop e perguntam se o cachorro pode entrar. Lá é a casa deles”, afirma.
O servidor público Rodrigo Freitas também é adestrador e tem um canil com 20 cachorros. A paixão pelos animais começou quando ele tinha 14 anos, e agora faz disso sua segunda profissão. No evento, ele passeava de um lado para o outro com o pastor belga malinois, muito utilizado por órgãos de segurança, pois tem fácil adestramento e grande energia para o trabalho, além de ser sociável. O animal mais parecia que desfilava pelo Pet Day, pois, com frequência, era parado para tirar fotos. O dono era só orgulho.
Os goldens retrivers Noah e Boy também estavam bem tranquilos e interagiram com todo mundo que podiam. Os criadores Rafael Maia e Karolina Holanda são donos de um canil no Paranoá com 18 cães dessa mesma raça. Rafael diz que eles criam os animais há seis anos e têm intuito de auxiliar a mantê-los com saúde e bom temperamento.
Daniela Nardeli é uma das fundadoras da ONG Projeto Adoção São Francisco, que cuida de animais abandonados. Ela avalia que Brasília tem avançado na conscientização da adoção. “Pouca ajuda vale mais que muita pena”, diz. Quem quiser conhecer o trabalho pode entrar em contato com a ONG pelas redes sociais.
A adoção é feita depois de uma conversa prévia com os fundadores. O intuito é trazer benefício para todos os lados. A instituição também recebe doação de rações. Em média, são gastos 25 kg por dia.
ONG desenvolve projeto
Como é preciso fazer o bem todo dia, a ONG Projeto São Francisco funciona há seis anos e tenta trazer mais segurança aos animais que são abandonados nas ruas. Depois de passar pela ONG, o cão ou o gato sai vermifugado, alimentado, castrado e, muitas vezes, treinado para ser adotado. Atualmente, são 120 animais atendimentos pelo projeto. Informações em www.facebook.com/projetoadocaosaofrancisco