Os termos da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado foram tornados públicos pela Justiça e atingiram 23 políticos de oito partidos. O colaborador disse que tinha um fundo para propina na Suíça, de onde saíram R$ 100 milhões para os políticos. Segundo Machado, o presidente interino, Michel Temer, teria pedido Caixa 2 para Gabriel Chalita, candidato a prefeito de São Paulo, em 2012.
Temer nega e diz que sempre respeitou limites legais de financiamento. O político que mais teria recebido propina, segundo Machado, foi o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que também nega as acusações. Ainda segundo o delator, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) teria recebido valores para repassar a políticos na votação da sua candidatura a presidente da Câmara, em 1998. Aécio também nega. Veja o que dizem os citados por Machado na delação.
O assunto abalou o mundo político e é manchete dos jornais. O Globo: “Delator acusa Temer e outros 22 políticos de pedirem propina”. Estado de S. Paulo: “Delator liga Temer a esquema de propina em empresa da Petrobras”. Folha de S. Paulo: “Delator envolve Temer e outros 24 políticos em esquemas de propinas”. Valor: “Delator da Lava Jato cita Temer e Aécio”. Para Machado, a Petrobras era “a madame mais honesta dos cabarés do Brasil”.
Em meio a divulgação da colaboração de Machado, o governo Temer anunciou, através do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a proposta de uma emenda constitucional para limitar gastos dos três poderes, Ministério Público e Defensoria Pública por 20 anos, com uma revisão no décimo ano. Especialistas em finanças públicas elogiaram mas disseram que, sem a reforma da previdência, será insuficiente. Os gastos só podem subir de acordo com a inflação do ano anterior, o que congela as despesas em termos reais.
O Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou um relatório preliminar com uma extensa lista de irregularidades nas contas de 2015 que teriam sido cometidas pelo governo Dilma Rousseff. A presidente afastada tem 30 dias para se explicar. O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, pediu, no mínimo, tornozeleira para o presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo o Estadão, ele pensa em delação premiada.
Outros destaques: Teto de igreja evangélica desaba e soterra três em São Paulo. Contratação de Tite abre crise entre CBF e Corinthians; O Rio vai cortar o ponto dos professores em greve; Melhor nadadora do país é acusada de doping e diz que tomou remédio para asma; Arrastada por jacaré na Dysney, uma criança de dois anos morre; Bancos temem que Estados deixam de pagar consignado.