Atribuições da Cultura foram transferidas para a Educação em 13 de maio.Manifestantes montaram barreira e afixaram cartazes em portão do prédio.
Manifestantes contrários ao presidente em exercício, Michel Temer, ocuparam na noite desta terça-feira (17) o prédio da Fundação Nacional das Artes (Funarte) em Brasília. O grupo se autodenomina Ocupa MinC DF, como referência à extinção do Ministério da Cultura e transferência das atribuições da pasta para o Ministério da Educação. Não houve conflito.
O grupo usou cones e um pequeno tonel para montar uma barreira na entrada do estacionamento do espaço cultural. Além disso, os manifestantes colocaram cartazes com os escritos “fora Temer”, “MinC é nosso” e “Funarte ocupada” em um dos portões. Havia cerca de 50 pessoas no local às 11h.
Eles gritavam frases como “fora, Temer” e “ocupa e resiste” (veja vídeo). Uma assembleia foi marcada para as 14h, tendo como objetivo unificar o discurso do movimento. Em redes sociais, o grupo pedia por doações de alimentos que não precisem ser cozinhados, itens de higiene, materiais para confecção de cartazes e assistência jurídica.
“Estamos junto com as outras 11 cidades que participam do movimento”, disse um líder do protesto que não quis se identificar. Ele não disse quais são os municípios. Não há prazo para que o grupo deixe o local.
Parte dos manifestantes era estudante de artes cênicas da Universidade de Brasília (UnB) e de dança do Instituto Federal de Brasília (IFB). Alguns decidiram fazer aula no prédio da fundação, que fica próximo à Torre de TV. Os integrantes do protesto informaram que não dariam declarações à imprensa.
Ao manifestantes que preferiram não se identificar relataram que parte do grupo dormiu no local e que havia um café da manhã preparado para quem participasse do ato. “Nós somos contra esse governo golpista e o que fizeram com o Ministério da Cultura”, disse um participante.
A extinção do Ministério da Cultura aconteceu no dia 13 de maio. Nesta terça (17), a Comissão de Educação do Senado aprovou requerimento de convocação do ministro Mendonça Filho para explicar a medida. Também foi aprovado um convite com a mesma intenção – como parte do rito, ele primeiro deve ser convidado e, caso não compareça, recebe oficialmente a convocação. No segundo caso, ele é obrigado a comparecer. Não há data para que ele fale aos senadores.