segunda-feira, 01/12/25

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Fundação Israel Pinheiro lança projeto para debat­er a história e o futuro do DF

O projeto Saber Brasília inaugura ciclo de debates e reabre o Espaço Israel Pinheiro como casa viva da memória e do futuro da capital

Foto: Daniel Xavier / JBr

 

“Saber Brasília é o conhecimento difundido fora da academia, no coração da cidade.” A frase da  organizadora da iniciativa Clotildes Madalena de Avelar Teixeira marcou a estreia, na quarta-feira (26), do Saber Brasília, projeto da Fundação Israel Pinheiro (FIP) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) que reabre o Espaço Israel Pinheiro, na Praça dos Três Poderes, como ambiente permanente de debates públicos sobre a história, o território e os desafios ambientais do Distrito Federal.

A primeira edição do evento apresentou a palestra “História ambiental do Distrito Federal e as contradições da cidade-parque”, ministrada pela pesquisadora Marina Salgado Pinto, e reuniu moradores, estudantes, pesquisadores e representantes da sociedade civil interessados em discutir o futuro da capital.

 

Em entrevista ao Jornal de Brasília, Clotildes Teixeira, gerente do Espaço Museológico da FIP e organizadora do Saber Brasília, destacou que o projeto marca a retomada da vocação original do local. “A ideia é que o Espaço Israel Pinheiro volte a ser um lugar de reflexão e geração de conhecimento. A parceria com a UnB nos permite trazer jovens pesquisadores já referendados pela academia e apresentar seus estudos de forma acessível à população”, declara Clotildes.

clotildes teixeira, gerente do espaço museológico da fip e organizadora do saber brasília créditos daniel xavier (1)
Foto: Daniel Xavier / JBr

Segundo ela, o Saber Brasília terá quatro edições anuais, com curadoria de especialistas responsáveis por selecionar pesquisadores cujas pesquisas dialoguem com memória, história, meio ambiente e sustentabilidade. Temas diretamente ligados ao legado de Israel Pinheiro, primeiro prefeito de Brasília.

Produção de história pública

A professora Cristiane de Assis Portela, do Departamento de História da UnB, reforça que o evento inaugura um novo canal para a popularização do conhecimento sobre Brasília. “Estamos trazendo para um espaço nobre da cidade aquilo que produzimos na universidade. O Espaço Israel Pinheiro tem potencial de integrar o circuito cultural e permitir que mais pessoas acessem debates sobre memória, urbanismo e sustentabilidade”, destaca a professora.

professora cristiane de assis portela, do departamento de história da unb créditos daniel xavier
Foto: Daniel Xavier / JBr

Ela aponta que a perspectiva ambiental é central para a nova fase do projeto.“Quando olhamos a Brasília dos anos 1950 e 1960 pelo retrovisor, percebemos como a preocupação ambiental era distante. Avançamos muito. A cidade precisa ser compreendida também por esse viés, que ainda é pouco explorado na historiografia”, reflete Cristiane. A parceria prevê ainda a criação de acervos documentais, exposição permanente e atividades voltadas à história pública da capital.

Legado familiar e desafios atuais

Presente ao evento, Maria Paula Pinheiro, neta de Israel Pinheiro, ressaltou a atualidade do pensamento do avô em meio à crise climática. “Israel Pinheiro já falava de sustentabilidade décadas atrás. Ele usou o rádio para orientar agricultores sobre práticas de plantio e preservação. O debate ambiental era central na vida pública dele”, conta Maria Paula.

maria paula pinheiro, neta de israel pinheiro créditos daniel xavier
Foto: Daniel Xavier / JBr

Ela defende que o Saber Brasília ajuda a ampliar a consciência ambiental entre população e gestores. “Queremos divulgar essa memória e reforçar a responsabilidade dos políticos na proteção do meio ambiente. Muitas decisões ainda destroem ecossistemas. Esse espaço está aberto para contribuir com esse debate”, conta Paula sobre o proposito do projeto.

Com a inauguração do projeto, o Espaço Israel Pinheiro volta a se consolidar como ponto de encontro entre pesquisadores e sociedade. A programação de 2026 incluirá rodas de conversa, oficinas, exposições, debates temáticos e encontros mensais sobre cidades, cerrado, mobilidade, sustentabilidade, desigualdades e memória urbana.

 

 

 

 

 

 

 

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