quinta-feira, 27/11/25
HomeDestaqueTCDF aprova contas de 2024 do GDF com ressalvas

TCDF aprova contas de 2024 do GDF com ressalvas

A conselheira Anilcéia Machado que é a relatora, enfatizou que cumprir a lei “no papel” não é suficiente se a entrega ao cidadão é falha

Tribunal de Contas do Distrito Federal – TCDF.

 

O Plenário do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) aprovou, por unanimidade, as contas do Governo do Distrito Federal (GDF) referentes ao ano de 2024. A decisão seguiu o voto da relatora, conselheira Anilcéia Machado, recomendando a aprovação com ressalvas.

Embora os limites legais tenham sido cumpridos, o Tribunal apontou 21 falhas (ressalvas) e emitiu determinações para correção de problemas na gestão pública.

🚨 Pontos críticos de atenção

Dois temas se destacaram negativamente na análise do tribunal, exigindo atenção imediata:

1. Explosão de despesas sem contrato

Houve uma interrupção na tendência de queda observada em anos anteriores, com um aumento expressivo de gastos realizados sem cobertura contratual (pagamentos indenizatórios).

  • 2023: R$ 145 milhões.
  • 2024: R$ 629,8 milhões.
  • Causa: Principalmente contratações informais de vigilância e limpeza na Secretaria de Educação (SEE/DF) e Saúde (SES/DF).

2. Negligência na primeira infância

A auditoria revelou falhas graves no planejamento e execução de políticas para crianças de 0 a 6 anos.

  • Fim de Programa: O “Criança Feliz Brasiliense” foi descontinuado em 2023 sem substituição, gerando perda de repasses federais.
  • Baixa Execução Orçamentária: O Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente (FDCA) tinha R$ 105,4 milhões autorizados, mas investiu apenas R$ 20,8 milhões.
  • Saúde: Falta de consultas de pré-natal mínimas em várias UBSs, inadequações sanitárias em maternidades e ausência de acompanhamento pós-natal estruturado.

📋 Resumo das 21 ressalvas

As falhas identificadas foram divididas em quatro eixos principais:

A. Administração financeira e orçamentária

  • Superestimativa de receitas e despesas de capital.
  • Falta de Transparência sobre renúncias de receitas e Parcerias Público-Privadas (PPPs).
  • Déficit de Caixa: Baixa disponibilidade de recursos não vinculados.
  • Obras: Ausência de sistema atualizado sobre o andamento de obras públicas.
  • Controles Internos: Pagamentos realizados sem empenho e liquidação prévios na Administração Indireta.

B. Gestão de políticas públicas

  • Ausência de metodologia para formular políticas públicas.
  • Deficiência no estabelecimento e apuração de metas e indicadores de desempenho.
  • Falta de uma política unificada para a Primeira Infância, com ações pontuais e pouco integradas.

C. Dívida ativa

  • Arrecadação incompatível com o estoque da dívida contabilizado.
  • Valor registrado não reflete o valor real (ausência de registro de perdas esperadas).

D. Demonstrações contábeis

  • Distorções no Balanço Patrimonial (ativos e passivos).
  • Notas explicativas insuficientes.
  • Inconsistências em classificações de impostos e encargos sociais.

💬 A visão da relatora

A conselheira Anilcéia Machado enfatizou que cumprir a lei “no papel” não é suficiente se a entrega ao cidadão é falha:

“Embora os limites legais tenham sido formalmente respeitados, a qualidade da gestão e a efetividade das políticas públicas ainda exigem aprimoramentos para garantir maior eficiência, eficácia e transparência na administração pública.”

⏭️ Passos seguintes

O parecer do TCDF não encerra o processo. A decisão agora segue para a Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), que possui a palavra final. Os deputados distritais podem:

  1. Aprovar as contas integralmente.
  2. Aprovar com ressalvas (seguindo o TCDF).
  3. Rejeitar as contas do governador Ibaneis Rocha (o que poderia gerar inelegibilidade).

 

Fonte: Agenda Capital

 

VEJA TAMBÉM

Comentar

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Publicidade -spot_img

RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Este campo é necessário

VEJA TAMBÉM