
Miguel Lucena
O Senado deve ser bom demais. No Distrito Federal, é como se todos os demais cargos — inclusive o governo local — tivessem sido empurrados para um discreto segundo plano. A joia da coroa é a Câmara Alta do Congresso Nacional, esse espaço quase mítico que muitos comparam a um paraíso terrestre, onde o prestígio é amplo, a visibilidade é nacional e o mandato dura quase uma eternidade política.
Somente no campo do centro-direita, já despontam uns dez pretendentes para apenas duas vagas. É candidato brotando como capim na beira da estrada, cada um convencido de que tem cadeira cativa no Olimpo. Já o centro-esquerda, mais prudente ou mais desconfiado, por ora apresenta apenas dois nomes — mas basta a temperatura subir que o mato também começa a crescer daquele lado.
Ao que tudo indica, a disputa pelo Senado será mais emocionante do que a eleição para o Governo do Distrito Federal. Enquanto o Buriti fica lá, firme e sóbrio, o Senado acena como um paraíso político onde todos querem deitar em berço esplêndido. E, pelo visto, o sonho de subir a rampa do Congresso valerá mais manchetes e mais suor do que qualquer pretensão ao comando do Palácio do Buriti.

