

Maria José Rocha Lima
Ontem, 21 de setembro, eu e Miguel Lucena completamos 35 anos de casados – Bodas de Coral. Essa celebração simboliza uma maturidade conquistada ao longo do tempo, tal como os corais marinhos, que levam anos para se formar plenamente.
Nosso casamento foi marcado por muita alegria. À época, foi considerado o segundo casamento mais participativo de que se tem notícia na Bahia. Estiveram presentes amigos, parentes, políticos e centenas de professores e servidores públicos que me acompanhavam nas lutas do sindicalismo e da educação. Como gesto de carinho, até os garis de Salvador, por conta própria, plantaram uma árvore em frente ao Fórum Rui Barbosa, no Campo da Pólvora.
Eu e Miguel formávamos uma dupla forjada nas batalhas da vida e da política. Como dizem, éramos “a panela e o texto”: complementares. Somos mais fortes porque nos temos um ao outro. Construímos uma família com nosso amado filho, Lucas Vicente, que tanto nos ensina sobre humanidade e sobre a vida. E seguimos aprendendo e realizando juntos.
Parafraseando Arnaldo Jabor, hoje em dia o divórcio parece inevitável, pois ninguém suporta conviver eternamente sem conflitos. No meu caso, já estou no “terceiro casamento” — mas sempre com o mesmo homem. Talvez Miguel esteja em seu “quinto”, já que pensou em arrumar as malas mais vezes do que eu.
Assim como Jabor dizia, o segredo não está na harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, acalmar-se e recomeçar. E, no meu caso, sempre com o mesmo companheiro de vida.
Maria José Rocha Lima (Zezé) é professora, mestre em Educação pela Universidade Federal da Bahia e doutora em Psicanálise. Foi deputada estadual de 1991 a 1999.