Jason Miller e outras figuras políticas do governo Trump têm se mobilizado para aplicar sanções às autoridades brasileiras

O governo do presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) serem indiciados por coação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Jason Miller, conselheiro de Trump, fez um post na rede social X nesta quinta-feira (21/8), alegando que Moraes “destrói” a democracia e é considerado o “Rei Louco”.
“Alexandre de Moraes cometeu um grande erro aqui. Agora o mundo inteiro verá que Moraes é simplesmente um aspirante a ditador de terceira categoria, disposto a destruir a democracia e prejudicar o povo brasileiro em busca de poder pessoal. Alexandre de Moraes é realmente ‘O Rei Louco’”, escreveu Miller, marcando o STF e o ministro na publicação.
A Polícia Federal (PF) indiciou Eduardo e o pai nessa quarta-feira (20/8). De acordo com a PF, as ações de pai e filho excederam o contexto da Ação Penal 2668, buscando atingir instituições, como o STF e o Congresso Nacional, “objetivando subjugá-las a interesses pessoais e específicos vinculados aos réus julgados no âmbito da mencionada ação penal”.
O celular apreendido de Jair Bolsonaro revelou áudios que indicavam conflitos entre a família Bolsonaro.
A Polícia Federal também interceptou áudios de Bolsonaro com o líder evangélico Silas Malafaia.
“Arquiteto da censura”
Jason Miller e outras figuras políticas do governo Trump têm se mobilizado para aplicar sanções às autoridades brasileiras e conter uma suposta “opressão política” sofrida por Bolsonaro no Brasil. As ações se intensificaram após a prisão domiciliar do ex-presidente.
Relatório enviado à PGR
O relatório dessa nova investigação da PF foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que decidirá se apresenta a denúncia ao STF ou se arquiva o caso. Caberá ao Ministério Público avaliar se as provas reunidas sustentam a acusação formal contra o ex-presidente e o filho.
Filho 03 de Jair Bolsonaro, Eduardo se defendeu das acusações nas redes. Os aliados de Bolsonaro alegam que o ministro do STF faz uma “cortina de fumaça”.
“Minha atuação nos Estados Unidos jamais teve como objetivo interferir em qualquer processo em curso no Brasil. É lamentável e vergonhoso ver a Polícia Federal tratar como crime o vazamento de conversas privadas, absolutamente normais, entre pai e filho e seus aliados”, diz Eduardo em um dos trechos no post.
Em meio a julgamento e indiciamento, Bolsonaro segue, desde 4 de agosto, em prisão domiciliar, após decisão do ministro Alexandre de Moraes. A detenção se deu após o ex-presidente violar cautelares impostas pelo magistrado.