quarta-feira, 25/06/25
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População cada vez mais idosa

 

Arnaldo Niskier, da Academia Brasileira de Letras, Doutor Honoris Causa da Universidade Santa Úrsula e Comendador do Superior Tribunal do Trabalho.

Estudos do IBGE permitem afirmar que, se tivermos 212 milhões de brasileiros, este ano, estaremos assinalando a existência de uma população cada vez mais idosa. É uma tendência da qual não podemos fugir.
Se nos valermos do Índice de Desenvolvimento da População(IDH), elaborado pela ONU, infelizmente, estaremos ocupando o 84º lugar no concerto das nações. Em primeiro lugar está a Islândia, em segundo a Noruega e a Suíça. Melhorar essa marca demandará um grande esforço, em todos os setores, e parece que estamos longe disso, sobretudo em relação às carências educacionais.
Nossa taxa de fecundidade está abaixo da taxa de reposição (2,1) em todas as regiões do Brasil, o que é bastante sintomático. Sabe-se, no entanto, que a queda da fertilidade é um fenômeno global, segundo estudos do economista Cláudio R. Contador, apresentado em sessão do Conselho de Notáveis da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
A expectativa de vida do povo brasileiro, hoje, é de 77 anos. Deveremos ter 40 milhões de idosos em 2030. Há uma crescente força da geração prateada no Brasil. No Indicador de Longevidade Pessoal consideram-se atributos individuais, como a genética, a atividade física e intelectual, o interesse em mudanças e aprendizagem, a interação social, os cuidados com a saúde, etc.
Observa-se, hoje, uma presença maior em cursos de graduação de alunos com mais de 60 anos: 51,4 mil alunos contra 32,6 mil em 2012 (aumento expressivo de 56%). Esse pessoal subiu lentamente até a década de 1970, quando a curva começou a acelerar e disparou na última década.
O BRASIL DO FUTURO
O que o especialista Contador afirmou, baseado na demografia, é que o Brasil do futuro será mais urbano, mais envelhecido, mais feminino, mais interiorano, com famílias menores e mais plurais em termos de estrutura familiar, de filiação religiosa e de composição de raça/cor. Para que isso aconteça, é preciso aperfeiçoar os seus sistemas de saúde, pública e privada; melhorar a previdência privada e social; ter uma boa infra-estrutura de transportes, urbanismo e construções e um melhor padrão de consumo.
Mas é claro que a nossa agitada sociedade está sujeita a fatores que podem alterar a sua configuração, como hoje se apresenta. Estudos comprovam que entre esses elementos podemos destacar a poluição, o tabagismo, a nutrição maternal e infantil e, em menos escala, o alcoolismo, os acidentes no trânsito, as doenças tropicais, a falta de um adequado saneamento (questões de higiene), o HIV/AIDS etc. Como se vê, é um quadro complexo, em que não existe razão para se comemorar, pelo menos por enquanto. Até porque é preciso incluir nessa lista a inequívoca presença da violência, nas zonas urbana e rural (nossos índios são vítimas disso).

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