segunda-feira, 09/06/25
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Sonho de intercâmbio: 300 estudantes do DF fazem prova de proficiência para o programa ‘Pontes para o Mundo’

Para garantir o bem-estar dos jovens no exterior, o Governo do Distrito Federal (GDF) oferecerá uma ajuda de custo mensal, além de ações de acolhimento e cuidado com a saúde emocional.

Avaliação foi aplicada no domingo (8) a cerca de 300 alunos aprovados na fase inicial da seleção, que levará 100 estudantes da rede pública ao Reino Unido | Fotos: Jotta Casttro/SEEDF

 

Brasília, DF – Cerca de 300 estudantes da rede pública de ensino do Distrito Federal realizaram no último domingo (8) a prova de proficiência em língua inglesa, etapa crucial do programa Pontes para o Mundo. A iniciativa da Secretaria de Educação (SEEDF) visa levar 100 alunos para um intercâmbio de 17 semanas no Reino Unido, entre setembro e dezembro deste ano. A avaliação, que ocorreu no Plano Piloto e no Riacho Fundo, busca aferir a competência linguística dos jovens para essa vivência internacional transformadora.

Gêmeos com o mesmo objetivo: voar alto com o inglês

Entre os participantes da prova, os irmãos gêmeos Tiago Felipe e José Pedro Lima Travassos, de 16 anos, exemplificam o entusiasmo e a dedicação dos estudantes. Alunos do Centro Interescolar de Línguas (CIL) de Ceilândia, eles chegaram à Faculdade Senac da 913 Sul acompanhados dos pais, Maria Aparecida Lima e Elizabeto Travassos, com o mesmo sonho: conquistar uma vaga no programa.

Tiago Felipe conta que o estudo de inglês começou de forma autodidata durante a pandemia da covid-19. “Comecei a praticar inglês por volta de 2020, talvez até um pouco antes, de forma bem autodidata. Aprendi muito assistindo filmes, jogando e conversando com estrangeiros pela internet. Eles falavam inglês comigo, eu respondia, e assim fui pegando o jeito”, revela.

José Pedro Lima demonstrava confiança na avaliação. “Acho que a prova vai ser relativamente fácil, nível A1 ou B1, então deve ser tranquilo. Vai ser de boa mesmo”, brincou o estudante. Animado com a possibilidade de sair do país pela primeira vez, ele já tem planos para a chegada ao Reino Unido. “Estudar e aprender uma cultura completamente diferente da minha vai ser incrível. Mas a primeira coisa que eu vou fazer chegando lá, se eu passar, será comprar coisas, com certeza. Quero levar lembranças para casa. Roupas também, sem dúvida”, diz José Pedro.

A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, com os irmãos Tiago Felipe e José Pedro, de 16 anos, e os pais, Maria Aparecida Lima e Elizabeto Travassos. Foto: Jotta Casttro/SEEDF

Expectativa em família: o orgulho de ver os filhos conquistarem o mundo

Para Maria Aparecida Lima e Elizabeto Travassos, pais dos gêmeos, o momento é de uma mistura de alegria, ansiedade e imenso orgulho. “A gente nunca ficou longe deles. Eles são muito inteligentes, sempre foram. Um deles se formou no CIL com apenas 15 anos, o aluno mais novo da unidade a se graduar”, conta Maria Aparecida. Ela ressalta a facilidade dos filhos com idiomas, que aprenderam inglês e até francês sozinhos em casa durante a pandemia, sem a necessidade de cursos ou professores.

Elizabeto Travassos, o pai, compartilha o sentimento: “O coração fica apertado, claro. Além de sentir falta deles, eu ainda tenho que acalmar a mãe. Mas a gente sabe que eles estão conquistando algo que ninguém tira, que é o conhecimento. Nós trabalhamos a vida inteira por isso, para que eles tenham asas e possam voar. É o futuro deles”, concluiu.

A seleção e os desafios do programa

A avaliação de proficiência em língua inglesa, aplicada nos campi do Senac (913 Sul) e do Instituto Federal de Brasília (IFB) no Riacho Fundo, abrangeu as quatro competências linguísticas: escuta, fala, leitura e escrita. A prova se baseou no Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas (QECR), considerando níveis de proficiência entre A1 e B2. O programa é direcionado a estudantes do ensino médio e da educação profissional da rede pública do DF, que deverão se dedicar integralmente aos estudos nas instituições estrangeiras.

Para garantir o bem-estar dos jovens no exterior, o Governo do Distrito Federal (GDF) oferecerá uma ajuda de custo mensal, além de ações de acolhimento e cuidado com a saúde emocional. A secretária de Educação, Hélvia Paranaguá, enfatizou que o programa vai além do ensino de inglês. “Ao implantar o programa, a Educação dá um passo ousado e necessário rumo a uma escola pública mais inclusiva, moderna e conectada com o mundo. Estamos investindo na formação integral dos nossos jovens e reafirmando que acreditamos no potencial de cada um deles. Este é um compromisso com o presente e, sobretudo, com o futuro da nossa educação”, afirmou.

O secretário-executivo da Educação, Isaías Aparecido, também acompanhou a aplicação das provas e destacou a importância da iniciativa. “Hoje é um dia muito importante para os nossos estudantes da rede pública de ensino. Eles estão participando da prova de proficiência em língua inglesa como parte do programa Pontes para o Mundo, uma iniciativa do Governo do Distrito Federal que representa um marco no avanço da educação pública no Distrito Federal”, disse.

A subsecretária de Educação Básica, Iêdes Braga, ressaltou que o programa é uma estratégia de transformação que prepara os estudantes para os desafios de um mundo globalizado. “Este programa vai muito além do aprendizado de um novo idioma. Ele abre portas para o conhecimento, amplia horizontes e cria oportunidades reais de crescimento pessoal, acadêmico e profissional. Dominar a língua inglesa é, hoje, uma habilidade essencial para quem deseja acessar melhores oportunidades no mercado de trabalho, participar de intercâmbios e acompanhar os avanços da ciência e da tecnologia”, explicou.

David Nogueira, coordenador do programa Pontes para o Mundo, destacou que esta fase é decisiva para garantir a preparação dos estudantes para a experiência internacional. Ele também apontou os desafios logísticos, pedagógicos e emocionais envolvidos em levar os alunos para uma imersão no exterior. “Esta etapa avalia a competência linguística dos estudantes, já que eles passarão meses no Reino Unido. Além da seleção, nossos maiores desafios envolvem preparar as escolas, engajar as famílias, garantir apoio à saúde física e mental dos estudantes e escolher parceiros no exterior que ofereçam acolhimento e segurança. É uma responsabilidade enorme, mas os benefícios para os jovens e para a educação pública fazem tudo valer a pena”, concluiu.

O resultado final da seleção dos alunos será divulgado no final deste mês, e a expectativa é grande para os 100 estudantes que terão a oportunidade de construir suas próprias pontes para o mundo.

 

Fonte: Agenda Capital

 

 

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