Manifestantes denunciaram o governo de Donald Trump por justificar prisão de Khalil como uma ação necessária para combater o antissemitismo

Cerca de 100 pessoas foram detidas nesta quinta-feira (13/3) durante uma manifestação liderada por uma organização judaica de esquerda que ocupou a Trump Tower, em Nova York, em protesto contra a prisão do ativista pró-Palestino Mahmoud Khalil, um aluno de pós-graduação Universidade de Columbia
Os manifestantes denunciaram o governo do presidente Donald Trump por justificar a prisão de Khalil como uma ação necessária para combater o antissemitismo.
“O sequestro de Mahmoud não tem nada a ver com a segurança dos judeus. O governo Trump acredita que pode sufocar a dissidência e retirar direitos constitucionais. Conhecemos essa estratégia. Nós nos recusamos a permitir que eles sequestrem nossos vizinhos em nosso nome”, escreveu o grupo Jewish Voice for Peace na rede social X (ex-Twitter).
Em determinado momento, a polícia da cidade chegou à Trump Tower e prendeu 98 pessoas. Enquanto os policiais as levavam algemadas para um ônibus da cidade, elas continuavam a gritar pela liberdade de Khalil e dos territórios palestinos.
“Como judeus, estamos assumindo o controle da Trump Tower para demonstrar nossa rejeição em massa (à prisão de Khalil). Não ficaremos parados enquanto esse regime fascista tenta criminalizar os palestinos e todos aqueles que exigem o fim do genocídio do povo palestino perpetrado pelo governo israelense e financiado pelos EUA. Nunca deixaremos de lutar por uma Palestina livre”, acrescentou.
Os manifestantes, vestindo uma camiseta vermelha onde se lia “Não em nosso nome”, ocuparam o saguão do edifício, que abriga a sede da Organização Trump e onde o presidente manteve sua residência oficial até se mudar de Nova York em 2019.
Detenção
Um dos líderes dos protestos pró-palestinos que ocorreram na Universidade de Columbia em 2024 e residente permanente nos EUA, Khalil foi detido por agentes de migração no saguão do prédio onde mora, de propriedade da unidade de ensino, quando chegava de uma visita a um amigo com sua esposa, cidadã americana grávida de oito meses.
Khalil foi levado para um centro de detenção de migrantes na Louisiana sem que tenha sido acusado de algo, embora o presidente Trump o tenha apontado em suas redes sociais como um “estudante estrangeiro radical pró-Hamas” e alertado que essa é a primeira de muitas prisões que virão, seguindo sua ordem executiva contra atividades antissemitas.
Na segunda-feira passada, um juiz suspendeu temporariamente a deportação do estudante palestino, que teve sua permissão de residência permanente revogada.