Escola da corporação tem 80 vagas e é voltada para socialização e proteção dos adolescentes
O estudante Breno Ferreira, de 13 anos, começou a se interessar por música em setembro, quando foi selecionado para a Escola de Música da Polícia Militar do DF, em Ceilândia. O adolescente faz aula três vezes por semana e é um dos 80 alunos matriculados na instituição, que funciona no 8º Batalhão da PM (QNP 26/30, Setor P Sul). Além de instrumentos de sopro (flauta, trompete e tuba), eles aprendem percussão (bumbo e o surdo), canto e teoria musical.
O menino conta que foi a insistência da mãe que o levou a participar das aulas, mas ele se encantou com a prática musical já no primeiro contato. “Gosto muito. Não faltei nem um dia.”
Como Breno, a estudante Laurrane Maira Ferreira, de 15 anos, participa das atividades da escola e conseguiu desenvolver habilidade musical. Ela, que nunca havia tocado um instrumento, pensa em se dedicar a esse tipo de arte por mais tempo. “Acho uma ótima oportunidade. Estou até pensando em estudar música.”
Requisitos
A escola foi inaugurada oficialmente em 7 de outubro, mas o programa já funcionava havia três meses. Para este ano, as inscrições estão encerradas, mas no início de 2016 a corporação lançará edital com a previsão de turmas e com o cronograma escolar.
Para participar, o aluno deve estar matriculado na rede pública, cursar do 2º ao 9º ano do ensino fundamental e ser encaminhado pela Escola Classe nº 48 ou pelo Centro de Ensino Fundamental nº 14. A preferência é para estudantes dessas duas instituições, filhos de militar e moradores da região. As aulas ocorrem no horário contrário ao período escolar.
O capitão da Polícia Militar Hindemburgo Santos Ferreira, maestro da banda da corporação, explica que o objetivo do trabalho é incentivar a participação da comunidade nas atividades dentro do quartel. Ferreira acrescenta que o exercício estimula o desenvolvimento social dos alunos. “É trabalhar a música como socialização.”
Pacto pela Vida
De acordo com o regente da PM, apesar de não fazer parte do Viva Brasília — Nosso Pacto pela Vida, a iniciativa vai ao encontro do programa do governo na área de segurança pública, pois intensifica a aproximação dos policiais com a comunidade. “O projeto mostra que a PM não é só repressiva, mas que também desenvolve ações sociais.” Segundo ele, a escola ainda trabalha com a prevenção da criminalidade uma vez que insere os jovens, já a partir dos 6 anos, em atividades culturais.
A prestadora de serviços de limpeza Edília Rodrigues é mãe de Guilherme Rodrigues, de 12 anos, um dos participantes. Ela comemora o trabalho desenvolvido pela polícia. “É bom porque assim meu filho tem uma atividade certa e não fica no meio de coisa ruim.”
Doações
De acordo com a Polícia Militar, 80 flautas usadas na escola foram doadas pela iniciativa privada. Para fazer esse tipo de contribuição, o interessado deve entrar em contato com a Comunicação Social da PM, pelo telefone 3910-1342. Não são aceitos donativos em dinheiro.