Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes destacou que as diligências realizadas não encontraram indícios suficientes para justificar a continuidade da investigação
Por Delmo Menezes/Agenda Capital
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira (5/3), arquivar a investigação que apurava a suposta omissão do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, durante os atos de 8 de janeiro de 2023. O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, seguiu o entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR) e concluiu que não há elementos suficientes para comprovar a prática de crimes por parte do governador.
Os atos de 8 de janeiro, que resultaram na invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes em Brasília, foram realizados por extremistas que não aceitaram a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou intervenção federal na segurança do DF, e Ibaneis Rocha foi afastado do cargo por 66 dias.
Em sua decisão, Moraes destacou que as diligências realizadas não encontraram indícios suficientes para justificar a continuidade da investigação. “Esgotadas as diligências viáveis e sem outra linha investigatória idônea, a partir dos elementos de informação produzidos até o momento, os fatos relatados não revelam justa causa hábil a autorizar o prosseguimento da persecução penal contra Ibaneis Rocha Barros Júnior”, afirmou o magistrado.
Moraes também ressaltou a colaboração de Ibaneis durante as investigações. O governador compareceu voluntariamente à Polícia Federal e entregou dois aparelhos celulares para análise, além de permitir o acesso amplo aos dispositivos.
Este não é o primeiro arquivamento relacionado aos eventos de 8 de janeiro. Em 2023, o Ministério Público Federal (MPF) já havia encerrado inquéritos civis que apuravam possíveis responsabilidades de Ibaneis Rocha e do ex-secretário de Segurança Pública do DF, Anderson Torres, por improbidade administrativa.
Com a decisão do STF, o caso contra Ibaneis Rocha é encerrado, encerrando um capítulo que marcou a política brasileira após os atos que chocaram o país.