Nísia Trindade era alvo de críticas frequentes em decorrência da gestão adotada à frente do Ministério da Saúde
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)afirmou, nesta quinta-feira (27/2), que a troca de Nísia Trindade por Alexandre Padilha no Ministério da Saúde ocorreu por buscar um perfil mais agressivo no comando da pasta. A ministra permanecerá no cargo até 6 de março.
“Nísia era uma companheira da mais alta qualidade, minha amiga pessoal, mas eu estou precisando de um pouco mais de agressividade, mais agilidade, mais rapidez; por isso estou fazendo algumas trocas”, disse o petista em entrevista ao Balanço Geral Litoral, da Record.
Entenda
- Lula anunciou a substituição de Nísia Trindade por Alexandre Padilha no comando do Ministério da Saúde, buscando um perfil mais agressivo e ágil.
- O presidente indicou que novas mudanças devem ocorrer no primeiro escalão do governo, mas os anúncios serão feitos após o Carnaval.
- Com a nomeação de Padilha para o Ministério da Saúde, a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela articulação política, ficará vaga.
- Entre os cotados para vaga de Padilha estão José Guimarães (PT-CE), Jaques Wagner (PT-BA) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A ministra da Saúde era alvo frequente de críticas, em especial por membros do Congresso Nacional. A pasta de Nísia recebe 50% das emendas individuais indicadas por deputados e senadores, mas os parlamentares alegavam que havia uma baixa interlocução com o ministério.
Nísia Trindade foi um dos nomes técnicos indicados pelo presidente Lula para ocupar uma vaga na Esplanada dos Ministérios. Ex-presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia enfrentou diversas crises ao longo da gestão, como colapso na saúde Yanomami e alta nos casos de dengue.
Reforma ministerial
Ainda em entrevista à emissora de São Paulo, Lula afirmou que vai informar os nomes dos próximos indicados para o primeiro escalão do governo depois do Carnaval. A troca no Ministério da Saúde deu o ponta pé na reforma ministerial ensaiada pelo Palácio do Planalto nas últimas semanas.
“Não quero que a pessoa saiba que vai ser ministro pela Record, vou ter que fazer reforma, mexer no governo, mas com muito cuidado, como técnico de futebol”, pontuou o chefe do Executivo.
“Espero que, depois do Carnaval, eu conclua quem eu quero mudar. Porque não é só escolher quem você tira. É escolher quem vai entrar. Porque se você coloca um jogador que vai jogar menos que o que saiu, você errou”, concluiu o presidente.
Tanto o centrão quanto a base aliada ao governo têm cobrado maior representatividade na Esplanada dos Ministérios. A expectativa é de que mudança no tabuleiro traga maior governabilidade a Lula, em busca de reverter o cenário de rejeição apontado em pesquisas recentes.
Com o retorno de Alexandre Padilha no Ministério da Saúde, cargo que ocupou durante o governo de Dilma Rousseff, abre-se uma vaga no comando na Secretaria de Relações Institucionais (SRI), responsável pela articulação política.
Na quarta-feira (26/2), Lula informou que já escolheu o nome que ocupará o posto de Padilha, no entanto, ainda precisa conversar com o indicado. O entorno do presidente acredita que o petista irá indicar um nome do próprio partido para comandar a articulação política do governo.
Há expectativa em torno de José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara; Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado; e Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional da sigla.