Washington deve enfrentar temperaturas de até 6 ºC negativos. Tradicionalmente, a cerimônia é realizada em frente a uma multidão de apoiadores que se reúne entre o Congresso e o obelisco.
Por Redação g1
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A posse de Donald Trump como presidente dos EUA, prevista para a próxima segunda-feira (20), vai acontecer do lado de dentro do Capitólio, sede do Congresso — e não do lado de fora, como costuma ocorrer.
O motivo é a onda de frio que atinge boa parte do país. A capital, Washington, D.C., deve enfrentar temperaturas de até 6 ºC negativos.
Tradicionalmente, a cerimônia é realizada em frente a uma multidão de apoiadores que se reúne entre o Congresso e o obelisco, na grande área aberta conhecida como National Mall.
A Rotunda do Capitólio sempre é preparada como alternativa em todas as posses em caso de mau tempo. A última vez que o juramento foi realizado em um local fechado foi em 1985, quando o presidente Ronald Reagan começou seu segundo mandato. A previsão de segunda-feira prevê as menores temperaturas para o dia da posse desde aquele ano.
“É minha obrigação proteger o povo do nosso País, mas, antes mesmo de começarmos, temos que pensar na posse em si. A previsão do tempo para Washington, D.C., com o fator vento frio, pode levar as temperaturas a recordes de baixas severas”, diz um texto publicado pela conta de Trump na sua rede social, a Truth Social.
“Portanto, ordenei que o Discurso de Posse, além de orações e outros discursos, sejam feitos na Rotunda do Capitólio dos Estados Unidos, como foi feito por Ronald Reagan em 1985, também por causa do tempo muito frio. Os vários Dignitários e Convidados serão trazidos para o Capitólio”, afirma a mensagem
Planos alternativos são necessários para os cerca de 250.000 apoiadores que obtiveram um ingresso (não obrigatório para acessar o National Mall) no site oficial do evento para assistir à posse. Outras dezenas de milhares de pessoas devem estar nas áreas de admissão geral ou na rota do desfile inaugural do Capitólio até a Casa Branca.
Além dos 6 ºC negativos, a multidão que quiser acompanhar o evento do lado de fora terá de se preparar para ventos de até 56 km/h, que devem levar a sensação térmica para baixo.
Em 2009, Barack Obama tomou posse sob um frio de -2 ºC, mas o evento ocorreu em área aberta. Na segunda posse de Reagan, ocorrida sob a Rotunda do Capitólio, a temperatura em Washington chegou a -14 ºC.
Presenças e ausências
A Casa Branca confirmou, ainda em novembro, que Joe Biden estará presente na posse de Donald Trump. Derrotada nas urnas em 2024, Kamala Harris também teve sua presença confirmada.
➡️ Trump não foi à posse de Biden como 46º presidente dos EUA em 20 de janeiro de 2021, sendo o primeiro ex-presidente em mais de 150 anos a não comparecer à cerimônia de posse de seu sucessor.
O ex-presidente Barack Obama também é esperado no evento, mas a ex-primeira-dama Michelle Obama não comparecerá à posse deste ano, de acordo com seu gabinete.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não foi convidado para a posse. A embaixadora do Brasil em Washington, Maria Luiza Viotti, vai representar o governo brasileiro no evento.
➡️ A ausência de convite a Lula é normal. Historicamente, os governantes costumam evitar participar de cerimônias de posse no exterior por questões de segurança, optando por enviar diplomatas como representantes. De acordo com a Agência Reuters, no entanto, Trump quebrou precedentes e convidou vários líderes estrangeiros para a cerimônia.
Advogados de Jair Bolsonaro (PL) afirmam que ele é um dos convidados, mas ele precisa de autorização judicial para viajar, já que teve o passaporte apreendido em 2024 durante a operação que investigava a tentativa de golpe de Estado.
Nesta quinta (16), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido de devolução do passaporte do ex-presidente. O ex-presidente afirmou que a esposa dele, Michelle, deve representá-lo.
Bolsonaro chegou a pedir para que Moraes reconsiderasse o pedido, mas o ministro manteve nesta sexta-feira a apreensão do passaporte e encaminhou o recurso do ex-presidente à Procuradoria-Geral da República (PGR).