Deste total, R$ 230 milhões são investidos apenas na construção de reservatórios responsáveis por reter as águas das chuvas e controlar a vazão do sistema de escoamento pluvial
Até o momento, foram investidos pelo GDF mais de R$ 900 milhões em diversas obras, que vão além da drenagem e incluem pavimentação, acessibilidade e paisagismo. Desse total, R$ 230 milhões foram destinados exclusivamente para a construção de 39 lagoas de detenção | Foto: Matheus H. Souza/Agência Brasília
Projetada para abrigar 500 mil pessoas, Brasília, hoje, conta com 3 milhões de habitantes – seis vezes o planejado pelos fundadores da capital federal. Diante desse crescimento populacional vertiginoso, a necessidade de uma infraestrutura urbana compatível com as demandas atuais da cidade é um desafio enfrentado diariamente por este Governo do Distrito Federal (GDF). Não à toa, desde 2019, já foram investidos quase R$ 1 bilhão apenas na ampliação das redes de drenagem e captação de águas pluviais em diversas regiões administrativas.
Mais do que apenas garantir um escoamento adequado das águas pluviais, as intervenções executadas em diversas cidades do Distrito Federal têm o objetivo de preservar os cursos hídricos que abastecem a capital, além do próprio Lago Paranoá – um point brasiliense para lazer e esporte. Nesse contexto, surgem as importantes lagoas de detenção, peças-chave para o controle da qualidade da água que desemboca.
Estruturas essenciais no sistema de drenagem pluvial, as lagoas de detenção permitem a retenção temporária das águas das chuvas, garantindo sua liberação gradual nos respectivos cursos, evitando inundações e a sobrecarga dos córregos e rios. Esses reservatórios também possibilitam a filtragem de sedimentos e resíduos antes da chegada aos mananciais, contribuindo para a sustentabilidade ambiental dos corpos hídricos.
Até o momento, foram investidos pelo GDF mais de R$ 900 milhões em diversas obras, que vão além da drenagem e incluem pavimentação, acessibilidade e paisagismo. Desse total, R$ 230 milhões foram destinados exclusivamente para a construção de 39 lagoas de detenção em várias regiões do DF, entre 2019 e 2024.
“O nosso objetivo com essas obras é sobretudo levar qualidade de vida para a população. Teremos segurança e evitaremos erosões e assoreamentos das lagoas e lagos que recebem as águas da chuva. Assim, evitamos inundações no Plano Piloto, preservamos o meio ambiente e garantimos a manutenção dos nossos recursos hídricos”, destaca a vice-governadora Celina Leão.
Qualidade de vida
Das quase 40 bacias em construção, 14 estão localizadas apenas em Vicente Pires, sendo 13 já concluídas e uma em andamento. A cidade é a que mais recebeu obras do tipo em todo o DF. Para isso, foram investidos R$ 105 milhões na execução dos reservatórios, solucionando problemas históricos de alagamentos e enxurradas na região.
Outra cidade a receber grande investimento em obras de infraestrutura urbana e drenagem foi o Sol Nascente. No local, um empenho de mais de R$ 300 milhões garantirá dias mais tranquilos aos moradores da região administrativa. Deste total, R$ 75 milhões são destinados à construção de oito lagoas – cinco concluídas e três em andamento.
Além de Vicente Pires e Sol Nascente, as regiões de Taguatinga, Vila Telebrasília, Bernardo Sayão, Parque do Cortado, Setor de Oficinas (SOF) Sul, Setor de Inflamáveis, Parque da Cidade e DF-290 também receberam novos reservatórios ou tiveram as bacias já existentes ampliadas.
“O GDF tem investido muito no sistema de drenagem pluvial. A gente sabe que a cidade cresceu muito e vários trechos novos foram impermeabilizados, surgindo a necessidade de adequar o atual sistema de drenagem à realidade da capital”, enfatiza o secretário de Obras e Infraestrutura do DF, Valter Casimiro.
“Essas obras são importantíssimas para garantir que a gente não terá problemas futuros na cidade. É importante dizer que todos os projetos de drenagem executados até aqui buscam garantir que todas as obras que vierem possam contar com essas estruturas para receber a água da chuva”, prossegue o titular da pasta responsável pela construção de 35 reservatórios.
Drenar-DF
Maior programa de escoamento do GDF, o Drenar DF é a resposta esperada há décadas para as recorrentes enxurradas e alagamentos que afligiam os moradores das quadras 1 e 2 da Asa Norte. Com investimento de R$ 180 milhões, o projeto prevê uma significativa ampliação da captação das águas pluviais na região e inclui a construção de uma bacia de detenção com capacidade para abrigar até 96 mil m³.
Até o momento, a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), responsável pela obra, concluiu a escavação de mais de 220 mil m³ do reservatório, que é a ponta final do programa. Localizada dentro do Parque Urbano Internacional da Paz, a bacia terá a dupla função de reduzir a pressão do volume de água que desemboca no Lago Paranoá e permitir que tanto a terra quanto o lixo arrastados pelas enxurradas possam ser filtrados e decantar no fundo da lagoa, viabilizando a requalificação das águas pluviais captadas.
A lagoa possui um período de retorno de 25 anos, ou seja, esse é o tempo médio estipulado entre a ocorrência de uma chuva intensa e a vazão máxima que essa chuva produzirá na rede de drenagem.
Regulação
Os reservatórios são construídos atendendo a regulação e os normativos da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF (Adasa) e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap). O convênio entre os órgãos atende a lei distrital nº 4.285/2008, que prevê um acordo entre ambas para fixar as obrigações de cada instituição na política de drenagem pluvial do DF.
A Novacap é a responsável por coletar a água da chuva e drená-la em galerias e esgotos pluviais. A companhia opera e mantém a prestação do serviço público. Além disso, cabe a ela a análise dos projetos de drenagem em áreas públicas e privadas e verificar se atendem às exigências da Adasa.
Também é de incumbência do órgão a limpeza periódica das 84 bacias de detenção em operação no DF e dos demais dispositivos como redes, bocas de lobo e poços de visita do sistema público de captação pluvial.
Com Agência Brasília