Hoje, mais de 731 mil eleitores das 11 cidades da Região Metropolitana escolhem prefeitos e vereadores. Especialistas destacam principais desafios que devem ser enfrentados por quem assumir o cargo máximo desses municípios
Para dar conta de atender a todos, os cartórios eleitorais das 11 cidades do Entorno estarão a postos, com cerca de 10,2 mil pessoas, entre mesários e outras funções – (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)
Eleitores das 11 cidades que compõem a Região Metropolitana do Distrito Federal, constituída pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), escolhem, hoje, seus prefeitos e vereadores pelos próximos quatro anos. Ao todo, 731.229 pessoas aptas a votar, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), devem ir às urnas nos municípios que circundam a capital do país.
Os três maiores colégios eleitorais dessa região são, na ordem: Luziânia, Águas Lindas e Valparaíso de Goiás. Somadas, as cidades têm uma população de 633.683 habitantes, com 353.501 eleitores em dia com a Justiça Eleitoral, ou seja, podem exercer a democracia do voto.
Para dar conta de atender a todos, os cartórios eleitorais das 11 cidades do Entorno estarão a postos, com cerca de 10,2 mil pessoas, entre mesários e outras funções, que terão o trabalho de fazer com que as eleições transcorram dentro da normalidade. Os que estiverem fora do seu domicílio eleitoral poderão justificar o voto em 11 pontos distribuídos pelo Distrito Federal, hoje e em 27 de outubro (confira os locais no quadro). A justificativa pode ser apresentada em até 60 dias após cada turno.
Segurança
Para manter a ordem nessas cidades, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSPGO) informou que todas as Forças de Segurança do estado estarão empenhadas nos municípios da Região Metropolitana, por meio da Operação Eleições 2024. O efetivo não foi divulgado, por questão de planejamento operacional.
O objetivo, de acordo com a pasta, é garantir a segurança e a tranquilidade durante o processo eleitoral, e conta com a participação de diferentes órgãos estaduais e federais, incluindo Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Penal, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. A operação é articulada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e, em Goiás, será monitorada pelo Centro Integrado de Inteligência, Comando e Controle (CIICC), que atua como central de supervisão das atividades de todas as forças envolvidas.
As missões incluem: policiamento ostensivo nas zonas eleitorais; escolta das urnas eletrônicas; prevenção e repressão de crimes eleitorais; além de garantia da segurança de eleitores, candidatos e servidores da Justiça Eleitoral. A iniciativa terá sequência no segundo turno, caso ocorra.
De acordo com o secretário de Segurança Pública de Goiás, Renato Brum dos Santos, o órgão está preparado para garantir que o processo eleitoral ocorra de forma pacífica e segura em todo o estado. “Nossa missão é assegurar que cada cidadão exerça seu direito ao voto com tranquilidade. Estamos unindo esforços e utilizando toda a nossa estrutura de segurança pública em Goiás, com foco na prevenção e rápida resposta a qualquer situação que venha a surgir”, garante.
Integração
Todos os municípios que compõem a Região Metropolitana têm uma relação cada vez mais próxima com o Distrito Federal, seja pela utilização de serviços públicos, relação de consumo, ou seja pelo fato de as pessoas virem em direção à capital para trabalhar ou estudar. Esse movimento, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, faz com que o resultado do pleito municipal nessas cidades tenha um reflexo direto no DF, embora não esteja diretamente envolvido.
Cientista político pela Unicamp, André César destaca que o Entorno, de modo geral, é muito carente, tendo problemas sérios em vários setores. “Com o passar dos últimos governos, esses desafios não foram abordados de uma forma que agradou a população”, avalia. “Para mudar essa situação, é preciso buscar por uma parceria efetiva entre os governos do DF, de Goiás e as prefeituras do Entorno”, acrescenta o especialista.
De acordo com ele, a evolução da região é interessante para todos. “Com um Entorno tendo suas demandas ao menos encaminhadas para uma solução, será melhor para todos os envolvidos, incluindo o DF”, observa. “Os prefeitos eleitos que apresentarem isso de maneira factível, em questão de orçamento, por exemplo, terão maior chance de êxito na execução de um futuro projeto”, garante o cientista político.
Economia
Professor do Ibmec, o economista William Baghdassarian destaca que, quando se pensa na Região Metropolitana do DF, são cidades que, apesar de fazerem parte de Goiás, estão dentro do núcleo econômico da capital do país, que já se aproveita disso: do ponto de vista de compra e venda, muita gente compra nas cidades do Entorno, assim como o contrário.
“De forma geral, essa integração econômica existe e é muito forte, independentemente do ciclo político”, ressalta Baghdassarian. “Se a gente vê essa divisão entre DF e Entorno, politicamente falando, do ponto de vista econômico ela praticamente não existe, ficando limitada apenas à questão da tributação e dos incentivos fiscais”, pontua.
O economista comenta que o estado de Goiás, em geral, tem sido atuante para dar incentivos fiscais para atrair empresas, fazendo com que mais oportunidades sejam criadas também para o Entorno. “Politicamente, se tivermos uma administração municipal mais expansionista, do ponto de vista do investimento, a gente torna essas cidades mais produtivas”, opina o economista.
Com CB*