Ao menos quatro capitais devem registrar novas maiores máximas do ano entre quarta e quinta. Frente fria deve amenizar temperaturas no fim de semana.
Por Júlia Carvalho, g1
Amanhecer na região da Marginal Pinheiros, na Ponte Estaiada, na Zona Sul de São Paulo, no dia 2 de outubro de 2024 — Foto: GloboNews/Reprodução
Em meio à oitava onda de calor do ano, oSudeste deve ter um pico de calor nesta quarta-feira (2), antes do avanço de uma nova frente fria. De acordo com a Climatempo, capitais da região podem voltar a registrarrecordes de calor.
🌡️Ao menos quatro capitais podem ter novas maiores máximas do ano entre quarta e quinta:
- São Paulo (quarta-feira): os termômetros podem chegar a 37°C, superando o recorde atual de 36,7°C registrado no dia 26 de setembro;
- Rio de Janeiro (quarta-feira): a previsão é que a máxima atinja os 40°C, batendo o recorde de 39,5°C registrado em 17 de janeiro;
- Belo Horizonte (quinta-feira): a temperatura máxima prevista é de 35°C. O recorde atual é de 34,6°C, registrado em 27 de setembro;
- Brasília (quinta-feira): os termômetros podem chegar a 36°C, superando o recorde de 35°C registrado em 28 de setembro.
Apesar da onda de calor, Fábio Luengo, meteorologista, explica que o motivo do pico de calor no Sudeste é outro: o calor pré-frontal.
🔥O efeito pré-frontal é um fenômeno caracterizado pelo aumento das temperaturas antes da aproximação de uma frente fria. Esse efeito acontece porque o ar frio, sendo mais denso, empurra o ar quente para cima, gerando uma compressão e elevando os termômetros.
“Em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, o pico de calor deve acontecer mais pelo efeito pré-frontal, porque as cidades não estão exatamente na área da onda de calor”, analisa.
No caso de Brasília, a expectativa de recorde é por conta da onda de calor que atua com força na região.
A partir de quinta (3), uma frente fria que se formou no Sul deve avançar para o Sudeste. “Já na quinta, o tempo deve virar em São Paulo e em parte do Sudeste”, prevê Luengo.
Pedestre se protege do calor na região central da cidade de São Paulo — Foto: BRUNO ESCOLASTICO/E.FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO
Brasil deve ter oitava onda de calor nesta semana. — Foto: Arte/g1
Baixa umidade
Com a oitava onda de calor do ano mantendo as temperaturas elevadas e o tempo seco, principalmente na faixa central do Brasil, boa parte dos estados dessa região devem ter baixos níveis de umidade.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) boa parte de São Paulo, Minas Gerais, leste do Mato Grosso do Sul, leste do Mato Grosso, Goiás e Distrito Federal devem ter umidade relativa do ar variando entre 20% e 30%.
Região central do país deve ter baixos índices de umidade. — Foto: Inmet
Além das altas temperaturas, a onda de calor contribui para uma nova sequência de dias com baixa qualidade do ar e alto potencial para focos de incêndio. Novamente o céu pode ficar esbranquiçado por conta da fumaça das queimadas.
🥵Nessas condições, as recomendações para evitar problemas à saúde são:
- Beber bastante líquido;
- Evitar desgaste físico nas horas mais secas;
- Evitar exposição ao sol nas horas mais quentes do dia.
Chuvas no Sul e no Norte
Apesar da previsão de muito calor para a faixa central do país, o Sul e o Norte devem ter tempo instável e chuva nos próximos dias.
👉No Sul, é o que deve causar os grandes volumes de chuva previstos para a região. Já no Norte, o que acontece é o a volta natural das chuvas por causa da primavera.
Segundo o Inmet, os temporais devem ser mais fortes entre o norte do Rio Grande do Sul e boa parte de Santa Catarina. Nessas regiões, os volumes podem chegar a 100 milímetros por dia e ventos intensos, de até 100 km/h.
Norte de Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, sul de São Paulo, boa parte do Mato Grosso, Rondônia e norte do Tocantins também devem ter volumes significativos de chuva. Os acumulados devem chegar a 50 milímetros por dia, com ventos de até 60 km/h.
Com a chuva prevista, Amazonas, Pará e parte de Rondônia devem ter alívio do tempo seco, principalmente com a aproximação do fim de semana. De acordo com os meteorologistas, a mudança marca o início de um padrão de umidade que deve se manter e se intensificar ao longo de outubro.