Chefe do executivo de Eire, na Pensilvânia avalia que campanha de Kamala não terá tempo para se consolidar até a eleição
Erie, Pensilvânia – O republicano Brenton Davis é chefe do executivo de Erie County, um dos condados decisivos para a eleição dos Estados Unidos de 2024. Quem ganha lá costuma levar o país todo, e ele avalia que Donald Trump tem boas chances, por causa de seu legado na economia.
“Em 90% das vezes, o condado de Erie votou da mesma forma que o país ou o estado todo, então somos bons em prever o caminho que a nação vai votar. Se eu tivesse que prever a eleição hoje, acho que Donald Trump venceria em Erie por 3% de vantagem”, diz ele.
“A América está buscando uma mudança. Alguns podem não achar que Donald Trump é o melhor candidato para o Partido Republicano. Mas os números não mentem. A economia é a preocupação principal dos americanos agora, e sob o governo Trump, tivemos a economia mais forte nas últimas décadas”, avalia.
“Apesar da lei de Infraestrutura e da lei de Empregos, que foram ótimas para os condados durante o governo Biden, ele não conseguiu atacar questões como o custo das coisas e as taxas de juros”, prossegue.
Davis avalia que a troca de Biden por Kamala Harris não deve mudar as coisas.
“Não acho que Kamala Harris seja uma candidata forte. Os democratas estão sem energia e divididos. Ela foi um último recurso. A campanha de Kamala não terá tempo suficiente para ganhar corpo até a eleição em novembro. A energia que os democratas não se baseiam na perfomance dela, mas em um tipo de referendo contra Donald Trump”, diz.
As pesquisas eleitorais mostram Kamala à frente na Pensilvânia, com 46,3%, ante 44,7% de Trump, segundo o agregador de pesquisas 538.
Ninho vazio
O condado de Erie vem perdendo população nas últimas décadas, junto a um declínio econômico.
O local era sede de várias indústrias no século 20, como uma fábrica de locomotivas da GE, que chegaram a empregar literalmente metade dos trabalhadores da cidade. As fábricas, no entanto, foram deixando a cidade aos poucos a partir dos anos 1970, buscando locais com salários menores. Com isso, empregos bem pagos foram embora, e a população foi encolhendo.
“Tivemos o que chamamos de declínio gerenciado. Em 1964, tivemos nosso pico de população, e nossa população encolheu de forma consistente entre 10.000 e 12.000 pessoas por década. Ou seja, 1.000 por ano”, conta Davis.
“É como um velho casal que tinha 10 filhos e hoje só um ou dois estão morando na casa. Você tem todo o trabalho para manter uma estrutura daquela casa, mas não tem toda a ajuda, a renda, todas as mãos que tornariam este trabalho mais fácil. É esse tipo de desafio que Erie enfrenta”, prossegue.
No modelo americano de divisão de governo, além das cidades e estados, há os condados, que agrupam cidades próximas.
Assim, Davis chefia o condado de County, que tem 267 mil habitantes, e é responsável por serviços como policiamento e programas de incentivo econômico, mas tem pouco poder e verba para estimular o desenvolvimento econômico.
“O governo federal tem feito sua parte, mas precisamos ver mais disso. Pessoalmente, temos dado bilhões de dólares para entidades estrangeiras, mas ainda temos pessoas morando nas nossas ruas. Ainda temos muitos desafios para resolver aqui nos Estados Unidos”, defende.
“Precisamos cuidar mais dos americanos e usar o orçamento federal para investir na educação, nas comunidades e nos negócios americanos. Isso seria um grande ponto de virada para a nação.”