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Maria José Rocha Lima[1]
“A criança diante do outro é um ser aberto. Cada dia a criança é um ser diferente. A criança é um ser de relações, que quer desbravar o mundo.”
Vital Didonet
Em epígrafe, Vital Didonet destaca a singularidade da criança e os desafios da Primeira Infância. Adverte que é uma fase de exigência radical dos cuidados. A infância marca de forma indelével a criança para a vida inteira.
Didonet é um dos fundadores do Comitê Nacional de Políticas para a Primeira Infância. Neste momento, está participando da elaboração de uma política integrada para a primeira infância brasileira. Ele não é apenas um fundador das Políticas para a Primeira Infância, mas sua sensibilidade, ternura, amorosidade, “o coração aberto para as crianças”, fazem-no um pensador do tema.
Hoje, duas experiências me inspiraram para a escrita deste artigo: a experiência de educação emocional entre as crianças da Samambaia, Projeto Musicando a Vida, de Iniciação musical, coordenado pelo Sargento EB Alexandre, tendo como professora de canto a Pastora Edivânia, sendo um dos homenageados o delegado, jornalista e poeta Miguel Lucena Filho; e a da pastora Maria Clara Serpa Canto, reitora da Universidade Evangélica do Centro Oeste – UNIECO -, a quem homenageio, reverenciando a sua experiência de avó. Ela é uma notável alfabetizadora emocional. Maria Clara nos comunica as trocas com os netos Bento e Benjamin, sempre trazendo para perto de si as sensíveis realizações das crianças. Particularmente, ela nos fala sobre as comunicações com a pequeníssima Bela, de 7 meses. Maria Clara conta a as trocas e linguagens de sons, apelos, choros, movimentos dos corpos. E as recepções das manifestações da sua netinha me ensinam muito sobre as formas de linguagem na primeiríssima infância.
A primeira infância é a fase mais sensível da criança. Por que os estudiosos nos falam que é a fase mais sensível da vida infantil? Por que não dizer: a primeira Infância nos marca para a vida inteira? Porque os bebês aprendem nos primeiros anos como jamais aprenderão ao longo de toda a sua vida. Essa razão já seria suficiente para priorizar a Primeira Infância, se não tivéssemos outras tão importantes quanto esta. Na fase de zero a dois anos, os estudiosos observaram um importantíssimo desenvolvimento cerebral. Cientistas informam que nos 1000 (mil) dias de vida o desenvolvimento cerebral é tão intenso que é possível estabelecer até 700 novas conexões neuronais por segundo, praticamente o dobro de sinapses executadas aos dez anos de idade, de acordo com estudos feitos pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (2015).
Também Vital Didonet nos remete aos estudos do pesquisador italiano Loris Malaguzzi, fundador das escolas infantis de Reggio Emilia, na Itália, que tem conquistado o coração de educadores ao redor do mundo. Malaguzzi escreveu “cem linguagens”, referindo-se a uma metáfora utilizada para descrever a diversidade e complexidade das formas de comunicação e expressão humanas. Os seus versos podem ilustrar: “A criança é feita de cem. A criança tem cem mãos,/cem pensamentos, cem modos de pensar, de jogar e de falar./Cem, sempre cem modos de escutar as maravilhas de amar./Cem alegrias para cantar e compreender./Cem mundos para descobrir. Cem mundos para inventar. / Cem mundos para sonhar”.
Por tudo isto, os pais e educadores precisam escutar, respeitar a singularidade e dar carinho, lembrando que “educação começa no ventre e democracia no colo da mãe”.
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[1] Maria José Rocha Lima é professora, mestre em educação pela Universidade Federal da Bahia e doutora em psicanálise. Foi deputada de 1991-1999. É fundadora da Casa da Educação Anisio Teixeira.
ZEZE QUERIDA GRANDE FOI A LISONJA QUE ME CAUSARAM SUAS TAO SABIAS PALAVRAS .RECEBER O RECONHECIMENTO DE UM ICONE DO ENSINAMENTO ,QUE.LEVA O SABER AOS FUTUROS PROFISSIONAIS DO NOSSO BRASIL.DIGO BRASIL PORQUE SEI QUE JUNTOS ,COM O CORACAO VOLTADO PRA PESSOINHAS TAO IMPORTANTES QUANTO SAO,COM CERTEZA IREMOS LONGE..BRASILIA ,SAMAMBAIA. BAHIA..EM BREVE TODO O BRASIL MESMO.OBRIGADA QUERIDA E OBRIGADA