No DF, agro movimentou cerca de R$ 6 bilhões em 2023; Dia do Agricultor, celebrado em 28 de julho, homenageia o setor econômico que emprega mais de 30% da força de trabalho no país
Celebrado em 28 de julho, o Dia do Agricultor é uma data a ser comemorada pelos profissionais, incentivados com assistência técnica, cursos e linhas de crédito rural | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília
O Governo do Distrito Federal (GDF) trabalha para apoiar e desenvolver a agricultura, que está em pleno crescimento. De hortaliças a grãos, passando por mel e diversas culturas, o fomento à produção é diária e está literalmente dando frutos. Celebrado em 28 de julho, o Dia do Agricultor é uma data a ser comemorada pelos profissionais, incentivados com assistência técnica, cursos e linhas de crédito rural.
São inúmeras iniciativas para apoiar esse ofício vital para toda a população, que passam por apoio e qualificação profissional ofertadas por meio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater) e pela Secretaria de Agricultura, Abastecimento de Desenvolvimento Rural do DF (Seagri).
Para se ter ideia, o agronegócio movimentou cerca de R$ 6 bilhões de valor bruto no DF no ano passado, em uma área produtiva de 178,5 mil hectares, de acordo com o relatório do Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) da Emater.
Destaque para a produção de grãos com DNA brasiliense. Entre as variedades que brotam no Quadradinho, o trigo foi um dos produtos que apresentaram um grande salto na produção durante os últimos cinco anos. Entre 2019 e 2023, a safra da triticultura cresceu 272%, e passou de 6 mil toneladas para 22 mil toneladas, ainda de acordo com a Emater.
Estão à disposição dos agricultores linhas de crédito rural, cursos, oficinas, incentivos na produção e comercialização de produtos, além da assistência técnica. Atualmente, a Emater possui 22.950 produtores cadastrados na empresa. Desses, 9.386 são produtores familiares – 5.384 homens e 4.002 mulheres.
O produtor rural Miguel Simões de Oliveira, do Núcleo Rural Ponte Alta, no Gama, cultiva hortaliças em sua propriedade desde 1994. São cerca de 6 hectares dedicados ao plantio de alface, cheiro-verde, acelga, cebolinha, pimenta, jiló e quiabo, além da criação de galinhas, porcos, pavões e gansos.
Ele relata que conta com o total apoio da Emater para tudo o que precisa para desenvolver o cultivo. A assistência técnica constante resulta em melhorias de processos e aplicações de novas tecnologias, como o cultivo com túneis altos e irrigação por gotejamento.
Os túneis altos são estruturas que protegem as plantas da chuva e do sol. O gotejamento permite um controle eficaz da quantidade de água utilizada na irrigação. Ao mesmo tempo que proporciona a quantidade de água ideal para as plantas, evita o desperdício. A combinação das duas técnicas aumenta a produção e reduz os custos.
Também por meio da Emater, ele conseguiu financiamento para energia fotovoltaica, que será instalada nos próximos dias. Miguel também aproveita os cursos oferecidos pela empresa pública, entre eles manejo de irrigações e caldas alternativas.
“Quando a gente usa a tecnologia, trabalha menos e produz mais. Sem a Emater, a gente não consegue. Tudo o que a gente precisa, falamos com o Kleiton [Rodrigues Aquiles, técnico da Emater do Gama].” O produtor agora se organiza para iniciar o plantio hidropônico que, entre as vantagen,s propicia redução da mão de obra e maior controle nutricional das plantas.
Técnico da região, Kleiton explica que auxiliar os produtores é justamente o papel da Emater. “A assistência também leva aos produtores tecnologias visando ao aumento da produção de alimentos em quantidade e qualidade”, ressalta.
Ele também atende as produtoras Maria José Cassimiro, de 70 anos, e a filha dela, Juliana Cassimiro, 42. Após viverem nove anos na Inglaterra, decidiram voltar ao Brasil e escolheram o Núcleo Rural Córrego Crispim, no Gama, para se dedicarem à agricultura familiar.
Elas começaram produzindo morangos, há três anos, e agora se preparam para plantar mirtilos, em aproximadamente 2,5 hectares. Também se dedicam ao cultivo de ervas medicinais e até açaí. E estão desenvolvendo turismo rural na propriedade.
“Como a propriedade é pequena, temos que desenvolver diversas culturas. Tudo o que a gente sabe, aprendemos com a Emater”, afirma Juliana.
A mãe dela, Maria, fez diversos cursos por meio da empresa, como o de flores comestíveis, caldas alternativas e orgânicos. E reforça que, embora tenha trabalhado na roça na juventude, elas não teriam conseguido fazer tantas coisas sem a Emater: “A Emater nos ajuda com tudo. Sem isso, não teríamos conseguido”.