Ministra deixou o governo federal há cerca de dois meses para abrigar um apadrinhado do Centrão e do presidente da Câmara, Arthur Lira, na Esplanada dos Ministérios.
A ex-ministra Ana Moser em sua posse no ministério — Foto: Ronaldo Caldas/Ministério do Esporte
Por Pedro Henrique Gomes, g1 — Brasília
A ex-ministra do Esporte Ana Moser foi nomeada pelo governo federal para ocupar um cargo de membro titular do Conselho Fiscal do Serviço Social do Comércio (Sesc).
Ela substituirá o ministro da Previdência, Carlos Lupi, como representante do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) no colegiado.
A nomeação de Moser e a dispensa de Lupi foram publicadas na terça-feira (31) no “Diário Oficial da União”.
Até R$ 28.620 de remuneração
No Sesc, Ana Moser receberá R$ 4.770 por cada reunião do conselho que participar. Segundo o Sesc, o Conselho Fiscal pode se reunir até seis vezes por mês, o que pode totalizar R$ 28.620 mensais de remuneração.
O colegiado é formado por:
- 2 representantes do comércio e respectivos suplentes, todos sindicalizados, eleitos pela Confederação Nacional do Comércio (CNC);
- 1 representante do Ministério do Trabalho e Emprego e seu suplente;
- 1 representante do Ministério do Planejamento e seu suplente;
- 1 representante do INSS e seu suplente, nomeados pelo ministro da Previdência;
- 1 representante do Ministério do Desenvolvimento Social e seu suplente; e
- 1 representante dos trabalhadores e seu suplente, indicados pelas centrais sindicais que atenderem aos critérios estabelecidos pelo ministro do Trabalho.
O Conselho Fiscal do Sesc é responsável por fiscalizar e examinar a prestação de contas da entidade. Também representa e faz proposições ao Conselho Nacional caso sejam identificadas irregularidades no orçamento.
Troca no Esporte
Ana Moser foi demitida em setembro do comando do ministério pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Lula colocou no lugar o deputado André Fufuca (PP-MA) nos Esportes. O movimento foi feito para trazer o Centrão para o governo.
A agora ex-ministra do Esporte, Ana Moser, divulgou nota após ser demitida em que disse ver com “tristeza” e “consternação” a interrupção de uma “política pública inclusiva” no Ministério dos Esportes.
“Esta gestão vê com tristeza e consternação a interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal, mas entende que este caminho apenas começou a ser trilhado”, afirmou a ex-ministra à época.
No texto, Ana Moser também diz que, em conversa com Lula, lamentou que as promessas de campanha para o esporte tenham tido tão pouco tempo para serem implementadas.
“Durante a conversa, Ana Moser lamentou que as promessas de campanha, de um esporte para toda a nação, tenham tido tão pouco tempo para que se desenvolvessem na retomada da gestão do Ministério do Esporte voltada para a implementação de uma política que efetivasse o direito social à prática esportiva”, continuou a nota.
Com a demissão de Ana Moser, a equipe ministerial passou a ter 8 mulheres, duas a menos em relação ao começo do governo, em janeiro. A ex-ministra do Turismo Daniela Carneiro já havia sido demitida.