imagem meramente ilustrativa/Reprodução Google
Miguel Lucena
O que os nossos olhos veem é só a parte superficial das coisas. São impressões. Às vezes, alguém está sofrendo e sorrindo ao mesmo tempo. Eu mesmo me dano a assoviar quando estou liso, e, como tenho muita despesa, vivo assoviando.
“Quem me vê sorrindo/Pensa que estou alegre./O meu sorriso é por consolação,/Porque sei conter pra ninguém ver/O pranto do meu coração”, filosofa Cartola, no samba Quem me vê sorrindo.
A irmã da moça que entrou de carro no Lago Paranoá achou que ela estava alegre. Coração de gente é terra por onde ninguém passeia, ensina a sabedoria popular.
Essas manifestações externas de alegria são diferentes do fingimento. Podem ser mesmo da natureza das pessoas que não gostam de aborrecer os outros com seus problemas.
Enquanto muitos gostam de sobrecarregar os demais com seus dramas, alguns guardam para si as dores mais sentidas e não esquecem de desejar bom dia.
Para os que sofrem calados, sempre que a desesperança quiser dominar-lhes, saibam que o medo só existe em nossa mente. Então, como na poesia, corram e olhem o céu, que o sol vem nos trazer bom dia!