De passagem por Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reúne nesta quinta-feira, 14, com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os dois devem almoçar juntos na residência oficial do Senado. O encontro ocorre num momento de desgaste na relação entre o peemedebista e a presidente Dilma Rousseff.
Renan, por exemplo, tem se posicionado “pessoalmente” contra as medidas do ajuste fiscal encaminhadas pela equipe econômica de Dilma ao Congresso. Após passar pela Câmara, as duas Medidas Provisórias, 665 e 664, devem ser discutidas no plenário do Senado. A primeira endurece as regras do seguro-desemprego e a segunda da previdência. Para o peemedebista o ajuste proposto pelo Executivo pune apenas os trabalhadores e aposentados e não demonstra a intenção de “cortar na própria carne”.
O encontro de Lula e Renan também acontece cinco dias antes da votação no plenário do Senado da indicação do jurista Luiz Edson Fachin para o Supremo Tribunal Federal (STF). A votação prevista para a próxima terça-feira será secreta. Fachin teve o nome aprovado na terça-feira, 12, na Comissão de Constituição e Justiça do Senado por 20 votos a favor e 7 contra. Renan tem dito que age com “total neutralidade” em relação à indicação de Fachin. O receio por parte do governo, no entanto, é que, diante do desgaste com o Palácio do Planalto, o peemedebista esteja trabalhando nos bastidores contra o nome escolhido por Dilma.
A relação entre Renan e a presidente se desgastou mais também após o nome do senador aparecer na lista dos políticos investigados por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.