Dois militares foram jogados de 3 metros de altura e espancados por manifestantes no dia dos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8/1
Foto: Joel Rodrigues / Agência Brasília
Dois policiais militares que ficaram gravemente feridos durante os trabalhos para conter os extremistas que invadiram as sedes dos Três Poderes, no dia da tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023 foram promovidos na corporação.
As informações sobre a promoção dos militares consta no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), publicado na sexta-feira (5/5). O primeiro-sargento Beroaldo José de Freitas Júnior ascendeu para a função de subtenente, enquanto a soldado Marcela da Silva Morais Pinno se tornou cabo.
Confira a publicação:
Reprodução/DODF
Os militares promovidos integram o Batalhão de Choque, do 3º Pelotão da Companhia Patamo, e estavam escalados para trabalhar na data. Na ocasião, havia 20 policiais do grupo deslocado para dispersar os invasores do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF).
O subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior e a cabo Marcela da Silva Morais Pinno foram jogados da cúpula do Congresso Nacional, a uma altura de três metros, e espancados pelos vândalos, que lhes desferiam golpes e tentaram roubar seus equipamentos de defesa.
“Parecia uma eternidade”, relembrou Marcela. “Fui atacada duas vezes, fui espancada, batiam em mim com uma barra de ferro. Meu capacete ficou amassado. O que me manteve ali e me fez resistir, apesar de toda a agressividade, foi saber que posso contar com meus colegas de trabalho. Foi o subtenente que me salvou e me tirou daquela selvageria”, detalhou.
“Quando vi que a cabo Marcela estava sendo atingida, fui até lá e a ajudei a se levantar. Ela recuperou o seu escudo, e, quando estávamos recuando, eu fui derrubado e espancado de uma forma muito agressiva”, contou o subtenente Freitas. “Eles queriam estraçalhar. Queriam matar. Não tinha outro objetivo”, relatou, emocionado.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, graças à atuação ostensiva da PMDF, não houve nenhuma tragédia pior que custasse a vida de um militar.
“A PMDF sofreu muito naquele dia 8. O fato de não ter morrido ninguém foi uma bênção. Os militares levaram pauladas a ponto de quase terem tido quebrado um capacete balístico e, mesmo assim, resistiram e ficaram até o final, feridos”, defendeu o secretário.
De primeiro-sargento a subtenente
A poucos anos para conquistar a aposentadoria, o subtenente Freitas não esperava que fosse passar por tantas emoções logo nos primeiros meses de 2023.
“Iria chegar o momento da minha aposentadoria e eu não teria atingido o tempo necessário para conseguir essa promoção. Normalmente, são de cinco a dez anos para conquistar a patente de subtenente”, explicou. “Com essa graduação maior, as responsabilidades são maiores também. Estou muito feliz com o reconhecimento, e espero poder repassar a experiência aos novos colegas de farda.”
De soldado a cabo
A cabo Marcela da Silva Morais Pinno faz parte da Segurança Pública do DF há quatro anos. Para ela, foram momentos que jamais serão esquecidos.
“Estávamos na linha de frente. Foram atos extremamente violentos, e eu nunca atuei em nada daquela proporção. A nossa promoção é um reconhecimento a todos do batalhão, que atuaram mesmo feridos e em momento nenhum pensaram em desistir”, defendeu.
Promoção por ato de bravura
A promoção por ato de bravura é aquela que resulta de ato não comum de coragem e audácia, que, ultrapassando os limites normais do cumprimento do dever, representa feito heroico indispensável ou relevante às operações policiais militares ou à sociedade, pelos resultados alcançados ou pelo exemplo positivo deles emanado.
Com informações da Agência Brasília