Comerciante foi preso em flagrante quando estava com enteada de 17 anos; vítima afirma sofrer abusos desde os 9 anos
Divulgação/Polícia Civil
São Paulo – O comerciante José Cavadas Ramos, de 54 anos, usava o documento de identidade de sua companheira para abusar sexualmente de sua enteada de 17 anos em motéis, apontam registros da Polícia Civil.
Ele foi preso em flagrante, na tarde dessa segunda-feira (30/1), na garagem de um motel, em Barueri, na Grande São Paulo (veja vídeo abaixo). A vítima estava no carro; ela chorou ao ser salva por policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
Os abusos foram descobertos pela secretária administrativa de uma ONG, onde a adolescente trabalha como estagiária.
Em relato à DDM, a colega de trabalho afirmou que a vítima tinha “crises nervosas” , além de apresentar “lesões no braço esquerdo”. “Depois de muito diálogo, a vítima contou que era agredida e abusada sexualmente, por seu padrasto José Cavadas Ramos”, diz trecho do relato registrado pela Polícia Civil.
A vítima disse à colega que os abusos começaram quando ela tinha 9 anos de idade, período em que o padrasto passava a mão em suas partes íntimas. Aos 15 anos, ele começou a forçá-la a manter relações sexuais.
No domingo (29/1), a adolescente afirmou à secretária da ONG que havia sido agredida, por ter se negado a fazer sexo com o padrasto.
Diante da violência relatada, a colega pediu para que a menor lhe avisasse quando o homem a levasse novamente ao motel, algo que acontecia, de acordo com a secretária administrativa, quase que diariamente.
A jovem enviou uma mensagem de texto, nessa segunda-feira, pouco antes de ser levada a um motel, no bairro Lageado, em Barueri. A colega, então, acionou a polícia.
No motel, a polícia constatou que o homem usava o documento de identidade da mãe da vítima, para que a adolescente pudesse entrar no local. Uma funcionária do estabelecimento afirmou que o padrasto chegou de carro, com a vítima, por volta das 13h50.
Na casa do homem preso em flagrante, a polícia apreendeu um revólver sem registro. Ainda no imóvel, a mãe da adolescente afirmou desconhecer os abusos, acrescentando ter ciência de que o companheiro saía com seu documento, sem dar mais detalhes.
Ramos foi preso em flagrante por estupro de vulnerável, ameaça, violência doméstica e porte ilegal de arma de fogo. A defesa dele não havia sido localizada até a publicação desta reportagem. O espaço segue à disposição.
Estupros em alta
Os estupros de vulneráveis aumentaram em 5,4% no estado de São Paulo, em 2022, na comparação com os dados de 2019, um ano antes da pandemia de Covid-19.
São consideradas vulneráveis vítimas menores de idade ou ainda com algum tipo de deficiência física ou intelectual.
Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo mostram que, no ano passado, foram registrados 9.716 casos de estupros de vulneráveis no estado. Isso representa 77% do total de 12.615 crimes sexuais computados no período.
Em 2019, foram 9.217 estupros de vulneráveis e 12.374 de casos em geral.
Com informações do Metrópoles*