O juiz federal Sérgio Moro autorizou nesta quinta-feira que o Ministério Público do Rio tome o depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa sobre o enriquecimento ilícito do presidente licenciado da Transpetro, Sérgio Machado, e sobre sobrepreço nas obras de ampliação do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes). O ex-diretor da estatal cumpre prisão domiciliar no Rio.
Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato, alertou sobre o impedimento de perguntar ao réu sobre políticos. “A inquirição deve versar sobre o objeto dos inquéritos civis referidos e não sobre o envolvimento de autoridades com foro privilegiado em crimes ou em fatos que possam em tese configurar crimes (mesmo se também caracterizem improbidade)”, afirmou o juiz. Ex-senador pelo PMDB, Machado foi nomeado para a subsidiária da Petrobras em 2003, durante o governo Lula,após ser indicado pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele se licenciou depois que seu nome foi citado no esquema de corrupção na estatal.
Preso por controlar um esquema de arrecadação de propina na Diretoria de Abastecimento entre 2004 e 2012, repasse de valores para partidos políticos, Paulo Roberto Costa fez delação e obteve direito à prisão domiciliar.
Machado declarou que o procedimento do Ministério Público do Rio não tem “nenhuma ligação” com a Lava Jato, “nem com Paulo Roberto Costa”. Ele disse que a investigação da promotoria já concluiu “de forma categórica” que seus ganhos são “totalmente compatíveis com sua renda e patrimônio”.