A proporção de matrículas na rede privada com algum tipo de financiamento no ensino superior atingiu o menor patamar desde 2013
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ISABELA PALHARES/FolhaPress
SÃO APULO, SP
Com a redução dos principais programas federais durante o governo Jair Bolsonaro (PL), a proporção de matrículas na rede privada com algum tipo de financiamento no ensino superior atingiu o menor patamar desde 2013.
Segundo dados do Censo do Ensino Superior 2021, divulgados nesta sexta-feira (4), apenas 38,1% das 6,9 milhões de matrículas em faculdades privadas tinham algum tipo de financiamento. A rede particular é responsável por 76,8% das matrículas no ensino superior no país.
Em 2018, 46,8% das matrículas na rede privada contavam com algum tipo de financiamento.
O Fies (Financiamento Estudantil) e o Prouni (Programa Universidade para Todos) atingiram o menor nível de matrículas em uma década. Os dados mostram que o Fies só alcançou 8% dos alunos da rede privada no ano passado -em 2014, o programa atingia 53% das matrículas.
O Prouni alcançou apenas 17% das matrículas em 2021, o programa já chegou a representar o financiamento de 25% dos alunos da rede privada em 2011.
O Fies e Prouni sofreram encolhimento nos últimos anos com a alteração de regras que tornaram mais difíceis o acesso às vagas. No caso do Fies, por exemplo, desde 2015 não há mais a possibilidade de financiamento de 100% das mensalidades.
“Os dados do Censo são importantes para gente identificar a tendência das políticas, analisar as causas e tomar ações efetivas se necessário. O Fies e Prouni tiveram aumento de oferta nos últimos dois anos, mas tivemos queda de ocupação. Então, é importante que a gente analise a causa dessa queda”, disse Eduardo Gomes Salgado, secretário-adjunto da Sesu (Secretaria do Ensino Superior) do Ministério da Educação.