Ainda há risco de inundações e de deslizamentos que ameaçam vidas na América Central e no sul do México, alertou o órgão responsável
A tempestade tropical Julia perde força nesta segunda-feira (10) em seu avanço pelo Pacífico rumo à Guatemala, depois de deixar quatro mortos em El Salvador e Honduras e inundações e danos materiais nos dois países, assim como na Nicarágua.
A Polícia de El Salvador informou no Twitter que “ao menos duas pessoas morreram soterradas” após o desabamento de um muro que destruiu uma casa em Guatajiagua.
“Removemos os escombros para recuperar os cadáveres”, anunciou.
Wilmer Wood, prefeito da cidade de Brus Laguna, no departamento de Gracias a Dios (leste), em Honduras, informou que duas pessoas morreram depois que um barco virou em meio à passagem de Julia.
Mais uma pessoa está desaparecida, acrescentou Wood.
Enquanto isso, o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês) informou em seu último relatório que “o centro de Julia se movia nas primeiras horas desta segunda-feira no oceano Pacífico 65 km a oeste de San Salvador”.
“Ainda há risco” de inundações e de deslizamentos que “ameaçam vidas” na América Central e no sul do México, alertou o órgão, acrescentando que a previsão é de um “enfraquecimento e que Julia se torne uma depressão tropical mais tarde hoje e se dissipe à noite”.
O ciclone atingiu a costa caribenha da Nicarágua no início da manhã de domingo (9) como um furacão de categoria 1, mas foi rebaixado para uma tempestade tropical com fortes chuvas e ventos antes de seguir para o Oceano Pacífico na noite de ontem.
Em El Salvador, onde as autoridades mantêm o alerta vermelho, Julia chegou acompanhada de chuvas persistentes com intensas rajadas de vento que derrubaram árvores e obrigaram evacuações preventivas.
O governo montou cerca de 70 abrigos em todo país, com capacidade para pouco mais de 3.000 pessoas.
O governo da Nicarágua declarou alerta vermelho após os danos causados por Julia ao passar pelo território, incluindo transbordamento de rios, danos a casas, estradas, escolas e infraestruturas de comunicação, segundo um comunicado da Presidência.
A vice-presidente Rosario Murillo explicou que Julia deixou 7.500 desabrigados, 3.000 casas inundadas, outras 2.000 com telhados danificados pelos ventos, 78 rios transbordados e muros desabados.
Segundo a vice-presidente, até o momento nenhuma morte foi registrada na Nicarágua, onde as aulas em escolas e universidades foram suspensas.
Este é o segundo furacão da temporada de 2022 no Caribe centro-americano, após a passagem de Bonnie pela fronteira de Nicarágua e Costa Rica em julho.
A mudança climática provoca um aumento da temperatura dos oceanos nas camadas mais próximas da superfície, o que gera tempestades e furacões mais poderosos e com precipitações mais intensas, segundo os especialistas.
Fonte: Agence France-Presse*