Dois ônibus da Viação São José foram incendiados na madrugada desta quarta-feira (8) dentro da garagem da empresa no Recanto das Emas, no Distrito Federal. Ainda não há informações sobre as causas do fogo. Entre as regiões administrativas atendidas pela companhia estão Taguatinga, Ceilândia – duas das regiões mais populosas do DF – e Brazlândia, que estão sem o serviço após motoristas e cobradores entrarem em greve na terça.
A empresa informou que vai registrar ocorrência na Polícia Civil e que os veículos, pertencentes à frota nova, custaram mais de R$ 300 mil cada um. Três viaturas do Corpo de Bombeiros estiveram no local para controlar as chamas.
Equipes da Polícia Militar também estiveram no local. Foi encontrado um buraco no muro da garagem, mas não é possível afirmar se ele teria sido feito para possibilitar o crime. A corporação disse que não há imagens de circuito de segurança.
Funcionários da Viação São José cruzaram os braços pedindo o parcelamento do desconto do Imposto de Renda, INSS e taxa sindical, além do pagamento de horas extras. Com isso, 576 veículos tenham deixado de rodar, afetando 100 mil passageiros.
O advogado da São José, Carlos Leão, afirmou que os rodoviários foram avisados antecipadamente sobre os impostos que seriam recolhidos depois que o acordo coletivo da categoria fosse assinado. Segundo ele, os trabalhadores receberam um reajuste de 20% em maio deste ano, mas como o valor ainda não havia sido integralizado ao salário, o desconto dos impostos não poderia ser feito.
“Não houve qualquer desconto indevido. Os descontos que aconteceram foram por imposição legal”, disse. “Naquele momento, chegou-se ao consenso, mesmo que verbal, de pagar o reajuste a título de abono, que é pago de maneira bruta, e [por isso] não incidem os descontos pertinentes, como INSS, imposto de renda, contribuição sindical, pensão alimentícia quando existentes.”
De acordo com a São José, representantes da categoria e da empresa passaram mais de quatro horas na tarde desta terça reunidos e que a São José ofereceu adiantar um valor entre R$ 200 e R$ 300 para os rodoviários, do salário referente ao mês de outubro, para que os trabalhadores voltarem a rodar, mas não houve consenso.
O advogado fala em “ato criminoso” a queima de dois ônibus da frota. “Não sabemos quem [foi], vamos tomar todas as providências cabíveis. Entendemos que foi um ato totalmente criminoso, pois quebraram o muro da empresa, invadiram a sede da empresa, o indivíduo ou indivíduos que fizeram, foi programado, porque o fogo foi ateado de forma alternada, de modo que a intenção seria proliferar as chamas. Graças a Deus os prejuízos não foram maiores porque a gente co nseguiu evacuar e não destruiu toda a frota da empresa.”
A empresa decidiu entrar com pedido de dissídio de greve no Tribunal Regional do Trabalho. A audiência de conciliação ocorre nesta quinta-feira, de acordo com o sindicado da categoria.