Uma mangueira curta demais levou arqueólogos a esclarecer um dos mistérios de Stonehenge, na Inglaterra: o antigo monumento realmente era circular.
Especialistas reexaminaram o sítio arqueológico após serem contatados pelo administrador do local, que percebeu que a grama estava ressecada ao longo de trincheiras indicando o formato original do monumento.
O responsável pela manutenção de Stonehenge, Tim Daw, contou que estava de pé na trilha que circunda as rochas, olhando para a grama próxima às pedras e pensando que deveria comprar uma mangueira mais longa.
Foi então que percebeu que a grama estava mais ressecada nos locais em que arqueólogos tinham buscado, sem sucesso, pelas pedras que faltam.
“Chamei um colega e ele também percebeu que isso poderia ter uma importância. Como não somos arqueólogos, chamamos os profissionais”, disse Daw a repórteres.
A equipe tirou fotos aéreas e ficou constatado que Stonehenge era, de fato, um círculo completo.
Há tempos os arqueólogos discutem se Stonehenge, um monumento erguido entre 4 mil e 5 mil anos atrás, no período Neolítico, era um círculo completo ou intencionalmente construído na forma de semi-círculo.
Esta distinção pode influenciar as teorias que explicam a razão de ser da estrutura de pedra, próxima à cidade de Salisbury, no sudoeste da Inglaterra.
Daw explicou que as partes mais ressecadas, que indicavam o formato original do monumento, correspondiam a escavações arqueológicas documentadas, inclusive duas trincheiras escavadas pelo engenheiro William Gowland em 1901.
O fato de marcas aparecerem nos locais em que as trincheiras existiam reforça a teoria de que eles indicam áreas de terra removida.
As conclusões foram publicadas na revista especializada Antiquity. O estudo destaca que, embora Stonehenge seja um dos monumentos mais analisados do planeta, ainda guarda surpresas.
Os cientistas também dizem que a descoberta ressalta a importância de um monitoramento contínuo do patrimônio arqueológico por terra e ar.
A organização britânica de patrimônio English Heritage disse que a descoberta é “muito significativa”.
“Muita gente acha que nós escavamos o sítio inteiro e que já sabemos tudo que se pode saber sobre Stonehenge. Mas na verdade ainda tem muita coisa que não sabemos”, Susan Greaney, historiadora da organização.
Fonte: Terra