O petista disse que a parceria com o ex-tucano não é um “casamento”, termo que Bolsonaro costuma usar para explicar alianças
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, nesta quinta-feira (21/7), que a aliança com o ex-governador de SP Geraldo Alckmin (PSB) visa atingir segmentos políticos onde o PT tem dificuldade de chegar. Durante agenda no Recife, em Pernambuco, o petista negou o rótulo de “casamento” com o vice, muito usado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Eu não fui pedir o Alckmin em casamento, ele já está casado. Eu já estou casado. Eu fui estabelecer uma aliança política com um segmento político que não era o meu”, disse Lula.
O petista disse que, apesar da residência inicial dentro do partido, agora há uma aceitação da aliança Lula-Alckmin dentro do Partido dos Trabalhadores. “Eu precisava ter um companheiro com qualidade e com dimensão, e uma pessoa que governou São Paulo por 16 anos tem qualidade suficiente para me ajudar a consertar esse país”, disse o candidato durante encontro com representantes do setor cultural em Recife.
Lula está cumprindo agenda em Pernambuco desde quarta-feira (20/7), e fará um ato público em Recife no final desta quinta. O ato será o primeiro evento aberto ao público após o lançamento oficial da candidatura. Na manhã desta quinta-feira, a federação formada por PT, PV e PCdoB confirmou, durante a convenção nacional, os nomes de Lula e Alckmin para as eleições presidenciais.
No discurso desta quinta, Lula também admitiu que uma parte dos petistas foi contra a aliança com Alckmin. “Você vai se aliar com um tucano? (…) Quando ele falou a brincadeira do chuchu, resolveu o problema. Foi ele que inventou”, disse Lula. Durante o lançamento da chapa, em 7 de maio, o ex-tucano declarou que “lula é um prato que cai bem com chuchu”, e a frase foi incorporada ao material da campanha.
“Eu acho que [a aliança] foi um salto de qualidade. Acho que a história vai julgar e ela vai julgar melhor depois”, completou o ex-presidente. O discurso dele abordou principalmente o tema da cultura, um dos pilares do plano de governo. Entre as medidas previstas está a recriação do Ministério da Cultura e a criação de comitês culturais pelo país.