Preso em 20 de março na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal (PF), e solto na semana passada pelo ministro Teori Zavaski, do Supremo Tribunal Federal (STF), Paulo Roberto Costa teria omitido da PF e da Justiça que possui cidadania portuguesa. O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras entregou ao Poder Judiciário somente o passaporte brasileiro, e teria continuado de posse do documento similar português — com o qual pode sair do Brasil.
Desde que deixou a prisão, em Curitiba, Costa está no Rio de Janeiro, segundo um de seus advogados. Ele é considerado peça-chave de um esquema de lavagem de dinheiro que pode ter movimentado cerca de R$ 10 bilhões com o doleiro Alberto Youssef.
Na semana passada, um dos advogados de Costa entregou à Justiça o passaporte brasileiro do cliente. Cássio Quirino Norberto alega desconhecer a existência do documento português. “Toda a documentação relacionada ao Paulo Roberto foi entregue à Justiça Federal de Curitiba, pelo menos o que era de nosso conhecimento”, diz Norberto. “Havendo outro documento, ele será entregue diretamente ao ministro Teori Zavascki, no Supremo”, completa.
A menção ao passaporte foi feita ontem pelo jornal O Globo. A Polícia Federal preferiu não se manifestar sobre o assunto. O contato com a Embaixada de Portugal não foi possível, pois o expediente já havia terminado.
O ex-presidente da República e senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) refutou ontem que tenha qualquer tipo de relação com Alberto Youssef. Da tribuna do plenário do Senado, Collor atribuiu as denúncias de que teria recebido R$ 50 mil do doleiro, em 2013, como uma “desmesurada tentativa de criminalização de quem não cometeu a aludida ilegalidade”. Collor lembrou que o ofício enviado pelo juiz federal de Curitiba, Sergio Moro, ao ministro Teori Zavascki foi taxativo ao afirmar que não há qualquer envolvimento do senador nos oito inquéritos da PF vinculados à Lava-Jato.
Fonte: Correio Web