Funcionando desde 2018, Museu Histórico do CBMDF guarda mais de 8 mil itens que compõem a memória de uma das instituições militares mais antigas do Distrito Federal
Cenário de destruição e pânico. A cena dramática ganhou repercussão nacional e internacional. Naquela tarde de 29 de janeiro de 1969, labaredas de fogo tomaram conta de todo o quarto andar do Ministério da Fazenda, colocando em risco não apenas funcionários do órgão, mas também 40 crianças de uma creche mantida no local com filhos dos servidores. Graças à atuação enérgica e rápida dos bombeiros, que chegaram ao local em 18 viaturas, todos foram resgatados com sucesso.
Essas e outras açõs de uma das mais antigas corporações militares do Distrito Federal podem ser conferidas no Museu Histórico do Corpo de Bombeiros Militar do DF, montado desde 2018 no hall do Auditório José Nilton Matos. O espaço, provisório, fica localizado na academia da instituição, no Setor Policial Sul. A ideia é dar visibilidade a mais de 8 mil itens armazenados na reserva técnica do espaço.
“O museu atua em várias vertentes. Uma delas é o resgate da nossa história, nossos valores e missões. A outra, a valorização pessoal e do marketing da instituição, usando o espaço para mostrar à sociedade como a gente trabalha e atua”primeiro-tenente Phrancis Arlley Lopes, chefe do Museu Histórico do CBMDF
“Há intenção de conseguir um local definitivo, existe um pré-projeto, mas nada definido ainda”, adianta o chefe do museu, o primeiro-tenente Phrancis Arlley Gomes Sales. “É um assunto a ser estudado; estamos tentando caminhar até a maturidade do projeto para que ele esteja pronto para captar recursos via leis de incentivo à cultura”, explica o militar, formado em museologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Até lá, na atual instalação, o visitante pode encontrar não apenas fotos, documentos e recortes de jornais plotados em painéis que contam a história e a atuação do CBMDF, mas também objetos antigos importantes na atuação dos soldados no dia a dia, como capacetes, fardas e cintos ginásticos, além de peças como sirenes, machadinhas, lanternas, rádios e vários formatos de esguicho usados de 1964 para cá.
Compõem ainda o acervo viaturas, como dois jipes e seis caminhões. A reprodução de uma tela do século 18, do artista João Francisco Muzzi, que registra o incêndio do Recolhimento de Nossa Senhora do Parto, no Rio de Janeiro, remonta, mais ou menos, à criação do Corpo de Bombeiros no Brasil, uma criação de D. Pedro II.
É uma história escrita com amor e fogo. Amor à instituição e inúmeras chamas que cruzaram o caminho desses bombeiros, cuja primeira tropa chegou por aqui em 27 de julho de 1964. Boa parte dessas peças raras foram doadas pelos primeiros militares que aqui estiveram.
“O Museu Histórico dos Bombeiros atua em várias vertentes. Uma delas é o resgate da nossa história, nossos valores e missões”, explica o primeiro-tenente. “A outra, a valorização pessoal e do marketing da instituição, usando o espaço para divulgação dos nossos treinamentos, para mostrar à sociedade como a gente trabalha e atua.”.
Apesar de funcionar dentro da Academia de Bombeiros Militar Corpo do DF, também é aberta ao público civil a visitação do espaço, das 13h às 19h, de segunda a quinta, e das 8h às 13h, na sexta. Segundo Phrancis Arlley, uma média de 200 pessoas passam mensalmente pelo local.
Professores e diretores que tiverem interesse em apresentar a história e importância do Corpo de Bombeiros aos alunos só precisam agendar uma visita pelo pelo e-mail museucbmdf@gmail.com. “Temos intenção de fazer projetos educativos com vários tipos de público, incluindo alunos e turistas”, informa o chefe do museu.