“A principal tarefa é alcançar as fronteiras constitucionais da república”, defende o líder separatista de Donetsk, Denis Pushilin
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O líder separatista de Donetsk, Denis Pushilin, garantiu que a região será parte da Rússia assim que as tropas militares controlarem totalmente o território.
“A principal tarefa é alcançar as fronteiras constitucionais da república. Então, determinaremos isso”, anunciou, nesta terça-feira (29/3), segundo informações da agência estatal de notícias de Donetsk.
O presidente russo, Vladimir Putin, reconhece duas regiões separatistas da Ucrânia, Luhansk e Donetsk, em Donbass, como independentes.
No domingo (27/3), o líder da região separatista de Luhansk, Leonid Pasechnik, defendeu a realização de um referendo para decidir se o território se tornará parte da Rússia. “Acho que em um futuro próximo um referendo será realizado no território da república”, ponderou.
O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, voltou a defender a “libertação” das regiões separatistas em pronunciamento em Moscou.
“O potencial de combate das Forças Armadas da Ucrânia foi significativamente reduzido, o que permite concentrar as principais atenções e os principais esforços na consecução do objetivo principal: a libertação do Donbass”, afirmou.
Negociações
O país liderado pelo presidente Volodymyr Zelensky cedeu e admitiu que pode adotar um status de neutralidade sobre o ingresso na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Já a nação comandada por Vladimir Putin se comprometeu a diminuir os bombardeios.
Nesta terça-feira (29/3), negociadores se reuniram em Istambul, na Turquia. A quinta rodada de conversas foi a única, até então, a apresentar resultados práticos para o conflito.
O ministro de Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, intermediou as negociações e comemorou o que chamou de “o maior progresso para um acordo de paz desde o início da guerra”. O conflito começou em 24 de fevereiro.
O negociador ucraniano, Mykhailo Podolyak, anunciou que a Ucrânia apresentou uma proposta para a Rússia de negociar politicamente o território da Crimeia, que foi invadido pelos russos em 2014. Ele condicionou as conversas a um cessar-fogo completo na região.
Com o status neutro, a Ucrânia não pode se unir a alianças militares como a Otan nem hospedar bases militares em seu território.
Representantes ucranianos indicaram que houve avanços também para um encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky.
Menos ataques
O vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin, garantiu que as tropas do país vão reduzir “radicalmente” os ataques em Kiev, capital ucraniana.
“No sentido de fortalecer a confiança mútua e criar condições necessárias para negociações futuras e alcançar o objetivo final de assinar um acordo, tomamos a decisão de reduzir radicalmente e por uma ampla margem as atividades militares nas direções de Kiev e Chernihiv”, destacou após a reuião.
A mudança já havia sido anunciada na última semana, quando a Rússia admitiu que focaria a atividade militar no Leste da Ucrânia, sobretudo na região separatista pró-Rússia de Donbass.