Miguel Lucena
Zé de Nana se alistou na Força Expedicionária Brasileira para lutar na Segunda Guerra Mundial, em 1943, mas foi dispensado de ir para a Itália porque não tinha porte suficiente para seguir ao front. Ficou no Rio de Janeiro, fazendo bicos e acompanhando os acontecimentos pela imprensa e pelo rádio.
Começou a enviar relatos para o pároco da cidade, em uma cidadezinha do interior do Brasil, como se estivesse na guerra, trabalhando como auxiliar de enfermagem, a partir de julho de 1944.
Os relatos de Zé de Nana, transmitidos pelo pároco pelos alto-falantes da Igreja, emocionavam os moradores da cidade, que se orgulhavam do conterrâneo que partira para defender a humanidade do nazifascismo.
Na última carta, após a vitória, Zé de Nana conta que estava no fundo da sala onde os chefes de Estado concediam entrevista coletiva, quando o primeiro-ministro da Inglaterra, Winston Churchill, se levantou, deu uma baforada no cachimbo, olhou lá para trás e exclamou: “É tu aí, Zé de Nana”?